“Se há algo comum entre Kamala e Trumpé a expectativa de governo com déficit crescente”, diz sócio de gestora gaúcha nos EUA.

“Se há algo comum entre Kamala e Trumpé a expectativa de governo com déficit crescente”, diz sócio de gestora gaúcha nos EUA.

Corte pouco usual de juro a um mês e meio da eleição ainda gera especulações sobre motivação e impactos.

Marta Sfredo – Zero Hora.

Leia a matéria completa, direto no Zero Hora, clicando aqui.

A Portofino Multi Family Office, uma gestora de fortunas com raiz gaúcha, tem escritório em Nova York. Lá, o sócio Adriano Cantreva acompanha as movimentações de mercado da maior economia do mundo, agitada com um pouco usual corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos). E cheia de expectativas para a eleição presidencial que deve ser disputa até o último minuto, entre dois candidatos vistos como geradores de ainda mais déficit público, ainda que por motivos diferentes. Cantreva tem
três décadas de experiência no mercado, com passagens por Itaú e XP.

Qual foi aí o tamanho da surpresa com a decisão do Fed?
O mercado estava dividido. Às vésperas da reunião, as apostas de corte maior subiram. Mas essa não é a forma como o Fed costuma atuar. Um corte de 0,25 ponto percentual era consenso na semana anterior. Depois, houve declarações do Fed em off (sem identificação da fonte) de que o corte seria mais ousado, e isso começou a Ermar a expectativa de corte de 0,5 p.p. Embora o mercado tenha ficado um pouco surpreso, não faz tanta diferença. O que pesa mais é a mensagem.

E qual foi a interpretação?
Tem dois contextos. Um é o econômico, de priorizar agora mais a atividade econômica (o Fed tem o chamado “duplo mandato”, ou seja, deve tento conter a inflação quanto propiciar o pleno emprego). É importante, mas estamos a um mês e meio da eleição. Em geral, o Fed tenta ser meio neutro. Esperava-se que, por precaução, optasse por um corte de 0,25 ponto percentual, para não ser acusado de tomar partido.

Existe o risco de a decisão do Fed ser considerada política?
Nunca trabalhei no Fed, mas não é muito claro que seja extremamente apolítico. Sabe-se que há forte pressões internas, esse fator não é desprezível. A gente não Eca surpreso com esse tipo de coisa. Claro, nada é explícito, mas que existem determinadas linhas políticas, existem. Se há algo comum entre Kamala (Harris) e (Donald) Trump é a expectativa de que liderem governo com déficit crescente. Claro, começou a se agravar com a covid, mas o déficit aumentou muito. No caso de Kamala, seria a continuidade da linha de concessão de subsídios do governo Biden. No caso de Trump, mais por cortes de impostos.

Outra leitura não foi a de que o Fed estava chancelando o temor de recessão nos EUA?
Sim, a redução do juro é claramente um fator positivo, mas nos Estados Unidos é um pouco diferente do Brasil. Aqui, a taxa que o Fed controla (a dos Fed Funds é a básica de lá) incide mais sobre aplicações. A taxa que impacta grandes bens de consumo é a taxa dos títulos do Tesouro americano (Tresuries) de cinco ou 10 anos. Há uma compensação entre essas taxas. Quanto mais o Fed baixa a de curto prazo, mais a expectativa das de longo prazo sobe. É o que temos visto depois do corte.

Por que isso ocorre?
Quando o Fed baixa sua taxa, a expectativa é de a in]ação futura seja maior, porque solta o freio à atividade. É um efeito gangorra. E como o Fed e seu presidente, Jerome Powell, deram sinais de mais afrouxamento, o mercado precificou mais um corte de 0,5 ponto percentual lá na frente. E mais in]ação.

Qual é o grande debate econômico da eleição?
O aumento de gasto dos democratas é mais na linha social, assistencial. Propõe reduções no imposto de renda para famílias com crianças e subsídios à moradia. A intenção é aumentar o número de pessoas que já recebe esse benefício, vão baixando a renda. Era a partir de US$ 100 mil (anuais), foi para US$ 150 mil, agora US$ 400 mil já abate, mesmo com outra proporção. O de Trump é mais no corte de impostos. Não aumentaria gastos, mas reduziria a receita.

Esse aumento do déficit não é preocupante, em um país em que a dívida já equivale a 120% do PIB?
Os dois candidatos vão manter o déficit em alta. E fazem isso porque o problema não vai aparecer no curto prazo, só mais adiante. O mercado não foca nisso. Todo mundo sabe que existe uma situação que tem de ser resolvida. Agora mesmo está passando um acordo para elevar o teto da dívida, porque ninguém quer ser culpado por ‘fechar o governo’ (referência ao shut down, situação em que os serviços públicos são paralisados por falta de orçamento). Uma solução de longo prazo vai ter de surgir. Mas por enquanto, nada será feito. O exemplo mais clássico é o Japão, país desenvolvido com a maior dívida (cerca de 250% do PIB), e vem passando por turbulência por conta disso.

É uma piora anunciada, então?
É importante observar que, embora obviamente a eleição presidencial seja decisiva, para implantar de forma completa qualquer programa é preciso ter maioria no Congresso. Se um dos partidos ganhar a presidência, a Câmara e o Senado, vai poder fazer tudo o que planeja. Mas se ficar com democrata na Casa Branca e no Senado, e Câmara republicana, surge o gridlock (impasse legislativo). É um mecanismo que faz parte dos freios e contrapesos e, muitas vezes, acaba que não acontece muita coisa nova. Mas hoje a eleição presidencial está longe de ser decidida, deve ser decidida no último minuto. As bolsas aqui estão em valorização cheia e não expectativa de que vá cair no curto prazo, ainda mais com a baixa do juro. O Trump não fez um bom debate contra Kamala, mas isso não mudou nada.

Há risco de que Trump volte a abandonar o Acordo de Paris?
Ele não tem falado muito no assunto, o candidato a vice, que é mais organizado nos pensamentos, tem falado mais com a imprensa. Mas não se pode garantir nada. Uma das características de Trump é que, dele, se pode esperar tudo. Qualquer coisa pode acontecer, até os 45 minutos do segundo tempo.

O mercado tem mais simpatia por Trump?
O apoio do mercado é mais amplo porque, bem ou mal, ele é uma pessoa de negócios, entende como o mercado funciona. Kamala é vista como burocrata, foi procuradora, é menos ligada ao mundo dos negócios. Biden e os democratas aumentaram muito a burocracia estatal. Isso reduziu muito a construção de casas. Hoje, construir nos EUA é uma dor de cabeça. E há demanda. Precisa ter financiamento barato.

Leia mais na coluna de Marta Sfredo

Eleição americana: o primeiro debate entre Trump e Harris

Eleição americana: o primeiro debate entre Trump e Harris

(Tempo de leitura: 8 minutos)

O que você precisa saber:
Donald Trump e Kamala Harris se enfrentaram pela primeira vez em um debate para as eleições deste ano, e discutiram assuntos relevantes, como economia, inflação e aborto, para o desfecho que vamos conhecer em 5 de novembro.


Na noite da última terça-feira (10), aconteceu o tão esperado debate presidencial entre Donald Trump e Kamala Harris. Realizado pela rede ABC News, os norte-americanos entendiam o encontro como o mais importante dos últimos tempos, e a expectativa era grande, pois esse pode ter sido o único embate entre os candidatos até a eleição.

Fugindo um pouco do que tem sido os últimos debates americanos, esse começou com um aperto de mão entre os adversários, um clima amistoso que acabou por aí. Quando o debate de fato começou, vimos interrupções (mesmo com microfones desligados), checagem de fatos ao vivo e acusações pessoais.

Do lado de Trump, o seu visual mais carrancudo e as sinalizações negativas enquanto sua adversária falava demonstraram um incômodo maior do que o apresentado contra Joe Biden. Ao contrário do que aconteceu contra o atual presidente, desta vez Trump foi mais desafiado, contra uma adversária mais enérgica e que soube como provocá-lo e tirá-lo de sua zona de conforto em alguns momentos. Por vezes, o ex-presidente se preocupou em rebater as iscas jogadas por Harris e perdeu oportunidades de abordar temas em que leva vantagem. Entretanto, o candidato demonstrou força com seus ataques incisivos à administração Biden-Harris e em expor, na sua visão, as promessas não cumpridas por parte da democrata, como em relação à imigração.

Já Harris optou por uma postura diferente, sempre com expressões para a câmera quando seu rival falava e aproveitando oportunidades de olhar “olho no olho” com os espectadores. A sua repercussão foi positiva por parte de alguns analistas internacionais que destacaram sua habilidade em provocar e desestabilizar Trump e desviar a atenção de assuntos em que leva desvantagem. Contudo, também demonstrou momentos de fraqueza ao fugir de certas perguntas e posicionamentos.

Leia mais: Relembre como foi o encontro entre Donald Trump e Joe Biden.

Economia

O esperado era que economia, aborto e imigração fossem os principais temas do evento. E foi isso que aconteceu. Economia foi o primeiro assunto, e ao serem questionados se os eleitores estavam melhores do que há quatro anos, Harris tentou se esquivar da pergunta e afirmou que quer criar uma “economia de oportunidades” e baixar os custos de Habitação. Ela disse que Trump “vai fazer o que já fez antes” e beneficiar corporações e bilionários. O republicano, no entanto, prometeu impor tarifas aos outros países e afirmou que o seu plano “vai fazer as pessoas criarem empregos e gerar muito dinheiro para o país”. Ele ainda atacou a democrata ao dizer que ela não tem um plano e “só copiou Biden”.

Aborto

Em um dos temas em que os adversários apresentem maiores divergências, Harris criticou o posicionamento de Trump no assunto, citando os Estados em que as mulheres não podem realizar aborto e receber cuidados devido às “proibições de Trump ao aborto”, segundo suas palavras. Ela foi categórica contra seu adversário e pontuou que isso “é um insulto às mulheres da América” e que o ex-presidente “não deveria dizer a uma mulher o que fazer com o seu corpo”. Sobre esse tema, Trump defendeu sua decisão de que deveria ser uma questão estadual, assim como o seu apoio de proibir o aborto de seis semanas na Flórida. Ele também ja´comentou que é a favor do aborto em casos de crime, como estupros.

Imigração

Enquanto o aborto é um tema delicado para Trump, imigração é um assunto em que o ex-presidente parece levar vantagem com o eleitorado americano. Entretanto, o tópico marcou o momento mais controverso do debate, quando Trump afirmou que imigrantes estão comendo animais de estimação em Springfield, Ohio. O moderador do debate, contudo, desmentiu a afirmação e citou que o prefeito da cidade disse que não há relatos relacionados às alegações.

Tentativa de assassinato

Em relação ao ataque que sofreu, Trump culpou a postura dos democratas pela tentativa de assassinato. Ele comentou que “levou um tiro na cabeça devido às coisas que dizem sobre mim. Eles falam sobre democracia, dizem que sou uma ameaça à democracia”.

Guerra no leste europeu

O ex-presidente novamente foi contundente ao afirmar que terminaria com o conflito em 24 horas, que os líderes de outros países acham Biden e Kamala “fracos e extremamente incompetentes” e que ele é o único que separa os Estados Unidos de uma Terceira Guerra Mundial. A democrata, por outro lado, defendeu a atuação do governo, assim como associou que, se Trump estivesse no poder, Putin já teria conquistado a Ucrânia.

Repercussão do debate

Os eleitores americanos acreditam que Kamala Harris teve um desempenho melhor do que Donald Trump. Segundo pesquisa da CNN, 63% dos participantes acham que Harris foi melhor, enquanto para 37% a vitória foi de Trump. O jornal “The Washington Post” ouviu votantes dos chamados swing states (estados decisivos para definir o vencedor da eleição) em uma pesquisa qualitativa, na qual 23 dos 25 entrevistados disseram que a democrata levou a melhor. 

O lado republicano reclamou que os moderadores, David Muir e Linsey Davis, da ABC, favoreceram a democrata durante o debate ao verificarem as afirmações de Trump ao vivo. Importante lembrar que Trump já processou a rede de televisão por difamação no início do ano. 

Apesar de ter considerado este como o seu “melhor debate de todos os tempos”, o candidato foi duro nas críticas. “Foi manipulado, como eu presumi que seria. (…) Quando você olhava para o fato de que eles estavam corrigindo tudo e não corrigindo ela. Foi um três contra um. Tudo bem, eu tive chances piores antes, mas nunca tão óbvias”. Ao ser questionado sobre um novo debate, ele respondeu: “talvez se fosse em uma rede justa, eu faria isso”.

Em uma rede social, Trump disse que não vai participar de outro debate contra Kamala e publicou que “quando um boxeador profissional perde a luta, a primeira coisa que ele fala é que quer uma revanche. As pesquisas mostram claramente que eu ganhei o debate”. A campanha de Kamala tinha demonstrado desejo em participar de um novo debate, em outubro.


Este é um texto apartidário e tem por objetivo apenas informar sobre as eleições americanas, sem nenhuma preferência, inclinação ou envolvimento com partidos, ideologias ou debates políticos.

O que é verdade e mentira sobre investir no exterior

O que é verdade e mentira sobre investir no exterior

(Tempo de leitura: 5 minutos)

O que você precisa saber:
Os investimentos internacionais são extremamente relevantes para diversificação e proteção contra flutuações econômicas locais. Apesar de dúvidas e medos comuns, investir no exterior é acessível, legal e oferece diversas vantagens, como maior diversificação e acesso a mercados mais maduros.


Os investimentos internacionais têm desempenhado um papel cada vez mais relevante no cenário econômico global, atraindo a atenção de investidores em busca de diversificação, oportunidades de crescimento e proteção contra flutuações econômicas locais. Em um mundo cada vez mais interconectado, conhecer e compreender as nuances dos investimentos internacionais é essencial para quem deseja maximizar seus ganhos e minimizar riscos.

O mercado financeiro ao longo dos anos passou por diversas modificações que facilitaram o caminho para os investidores. Antes, poderiam achar complicado realizar investimentos em outros países, mas, hoje, essa dificuldade não existe mais. 

Muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre investir internacionalmente, seja por medo, por considerarem complicado, inseguro ou até ilegal. Neste texto, abordamos algumas perguntas frequentes de nossos clientes e interessados nos nossos serviços, para desmistificar essas questões e destacar as vantagens desse tipo de investimento. Quando feito corretamente, investir internacionalmente é fundamental para navegar nos desafios do mercado financeiro global.

Verdadeiro ou falso sobre investimentos internacionais

É mais caro investir fora do Brasil?

Falso. Investir no exterior não é necessariamente mais caro. Existem opções de investimento para todo tipo de perfil, seja para acessar investimentos mais triviais com valores menores ou colocar parte significativa do patrimônio em produtos sofisticados. O mais importante da estrutura de custos é se certificar que a instituição que usará para investir e os veículos (fundos, índices, ativos direto, derivativos e outros) são os mais adequados para o seu propósito.

Maior diversificação é realmente possível?

Verdadeiro. Diversificar seus investimentos além das fronteiras nacionais ajuda a mitigar riscos locais. Por exemplo, enquanto o mercado brasileiro representa cerca de 3% dos mercados globais, investir internacionalmente oferece acesso a economias mais maduras e a uma variedade maior de empresas e setores. Em qualquer corretora ou banco, você consegue acesso não só aos ativos norte-americanos, mas também a europeus, asiáticos, da América Latina, Oriente Médio ou qualquer região de interesse.

Além da diversificação geográfica, o investidor também tem maiores opções no quesito classe de ativos, podendo, por exemplo, ter acesso às mais tradicionais como títulos do governo, emissões de dívidas de empresas e ações mas também às estruturas de crédito com garantia real, investimentos imobiliários, empréstimos privados, co-investimentos e outros.

Existem oportunidades em mercados mais maduros e economias mais fortes? Se sim, que tipo de acesso os investidores podem ter?

Verdadeiro. Mercados mais maduros e economias mais fortes, como os Estados Unidos, oferecem uma vasta gama de oportunidades para investidores. Comparado ao Brasil, onde há cerca de 400 empresas listadas, os EUA têm aproximadamente 17 vezes mais opções, totalizando entre 6.000 e 7.000 empresas listadas na NYSE e NASDAQ. Isso proporciona acesso a setores como tecnologia, healthcare, consumo e bancário, que podem não estar disponíveis localmente. Investidores podem acessar esses mercados por meio de plataformas de investimento como corretoras ou bancos, comprando ações na bolsa, bonds (emissões de renda fixa), ETFs (fundos negociados em bolsa) ou fundos de investimento nos quais podem adquirir cotas diretamente, ou investir em classes específicas. 

O mercado americano é realmente mais eficiente?

Verdadeiro. No mercado americano, a eficiência de preços geralmente é superior em comparação ao mercado brasileiro. Isso se deve à maior transparência, liquidez e participação de investidores institucionais, o que contribui para preços mais fidedignos ao valor real das empresas. Menos fatores macroeconômicos e políticos influenciam as variáveis de precificação, permitindo uma avaliação mais precisa baseada nos fundamentos das empresas e menos assimetria de informação. Essa dinâmica favorece investidores que buscam tomar decisões com base em análises detalhadas e menos sujeitas a distorções externas.

Sendo brasileiro, minhas opções são limitadas ou tenho menos acesso aos produtos americanos?

Falso. A vasta maioria dos fundos possuem classes ou acesso a investidores “offshore” e não há nenhuma limitação para brasileiros nos investimentos líquidos de renda fixa e renda variável. Com a Portofino, inclusive, temos diversos investimentos nas classes institucionais de fundos globalmente renomados. Aconselhamos apenas estar atento à tributação, que pode ser fator determinante para a sua decisão. 

Investir internacionalmente é ilegal?

Falso. Embora investimentos “offshore” tenham sido associados a atividades ilegais no passado devido a casos de evasão fiscal e lavagem de dinheiro, investir no exterior dentro das normas é perfeitamente legal e recomendado por muitos especialistas financeiros.

Os riscos são menores ao investir fora do Brasil?

Precisamos responder: depende. Assim como em qualquer investimento, os riscos variam conforme o tipo de ativo escolhido e as condições do mercado. Com uma gestão profissional adequada e diversificação, é possível controlar e mitigar esses riscos de maneira eficaz. Por outro lado, a regulamentação e o respaldo jurídico em países desenvolvidos traz maior segurança para as decisões de aplicação. 

Existe menos controle sobre os investimentos internacionais?

Falso. Apesar da diversificação de investimentos em ativos espalhados em diferentes países e economias, os nossos relatórios oferecem uma visão global, organizada e consolidada de todos os seus ativos, em todas as instituições financeiras custodiantes nas quais o investidor possui conta, locais e internacionais. 

A Portofino tem experiência e presença internacional?

Verdadeiro. Aqui na Portofino, temos uma equipe especializada liderada pelo nosso sócio Adriano Cantreva, que possui uma vasta experiência nos mercados financeiros internacionais e já dirigiu diversas empresas, como XP Inc, JP Morgan e Itaú, em operações nas Américas, Ásia e Oriente Médio. 

Com mais de 3 décadas de vivência no exterior, já morou mais tempo lá fora do que no Brasil, e hoje reside entre Miami e Nova York, acompanhando de perto as principais tendências e oportunidades no mercado externo.

Para saber mais sobre investimentos internacionais e como eles podem auxiliar na gestão do seu patrimônio, clique aqui e conheça as soluções que oferecemos.

Fernando Godoy cursou Administração de Empresas na FGV com foco em Gestão Estratégica, atuou por 2 anos em empresa de capital aberto e possui 8 anos de experiência no mercado financeiro, com ênfase em investimentos internacionais. Está no time da Portofino MFO há 6 anos, 4 deles como sócio.

Eleição americana: o primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden

Eleição americana: o primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden

(Tempo de leitura: 9 minutos)

O que você precisa saber:
Donald Trump e Joe Biden se enfrentaram no primeiro debate presidencial em 2024, e tiveram que discutir sobre temas relevantes para o resultado das eleições, como economia, imigração, política externa e mais.


Nesta quinta-feira (27), o pontapé inicial na campanha eleitoral americana foi dado com o primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden. Em um debate diferente do que ocorreu em 2020, com mais civilidade e um pouco de posicionamento político, os insultos e ataques pessoais foram frequentes. 

Trump se apresentou um pouco diferente de como costuma aparecer. Apesar de trabalhar com um conteúdo agressivo contra Biden e atacar o adversário de forma firme, o ex-presidente se mostrou mais contido e passando uma imagem mais serena ao falar com bastante efetividade e calma, porém sendo acusado de disseminar muitas mentiras.. Por outro lado, por muitas vezes tentou se esquivar de perguntas mais ríspidas dos mediadores, como quando questionado sobre a invasão no Capitólio e a denúncia de fraude nas últimas eleições.

No lado democrata, a repercussão não foi positiva para o presidente Biden. Uma das maiores preocupações do eleitorado americano é a idade do candidato, de 81 anos, e se ele ainda tem energia e condições de saúde para comandar o país. E ao que parece Biden não conseguiu passar essa sensação. Com um começo devagar e com dificuldades em atacar seu adversário, o presidente passou uma sensação de fragilidade, com momentos de lapso, dificuldades de concluir um raciocínio e uma rouquidão aparente. Entretanto, quanto mais o debate caminhava, Biden conseguiu também se mostrar agressivo contra Trump, o chamando de “mentiroso” e “condenado”. 

Economia

Logo de início, economia foi o tema de discussão. O atual presidente afirmou que herdou um cenário econômico “caótico”, além de dizer que Trump sentia “orgulho” de fazer uma economia que beneficiava os ricos e punia os pobres. O republicano foi categórico ao dizer que “fez a melhor economia da história do país” e que “todos os outros países copiaram o seu modelo”. “Fizemos um trabalho excelente e tudo estava indo muito bem até o covid”, concluiu Trump.

Porém, não demorou muito para a imprensa começar a fazer os “fact check” do debate. Em publicação nas redes sociais, a CBS desmentiu o ex-presidente e concluiu que o seu mandato não foi responsável pela “melhor economia da história do país”.

Imigração

Outro hot topic para essa eleição é a imigração. Essa questão sempre foi amplamente debatida entre os americanos, mas ganhou proporções ainda maiores nos últimos anos, especialmente após o ex-presidente dizer que construiria um muro na fronteira com o México. O número de imigrantes atingiu uma máxima histórica em dezembro, com 249.785 prisões na divisa mexicana, um aumento de 31% em relação a novembro e de 13% em relação a dezembro de 2022, o recorde anterior

Sobre este assunto, Trump não poupou esforços para atacar o adversário e a todo momento que tinha oportunidade tocava neste tópico. O candidato do partido republicano falou que Biden criou empregos para imigrantes ilegais e ressaltou que tinha a fronteira mais segura da história do país, além de acusar Biden de “abrir a fronteira para criminosos e terroristas”. O democrata, por sua vez, se defendeu dos ataques e refutou que entraram criminosos e terroristas pelas fronteiras.

Aborto

Esse assunto é encarado como a questão social de maior discussão para os democratas, e foi por isso que Biden se mostrou mais ativo nessa discussão e apontando dedos para Trump. A todo momento o presidente destacou que a decisão do aborto é uma conversa entre a mulher e o médico e que os políticos não podem tomar decisões sobre a saúde da mulher.

Já Trump se mostrou mais ponderado nesse tema, o qual é importante para tentar angariar votos de pessoas que ainda estão indecisas ou mais indicadas a votar em Biden. O ex-presidente falou que não irá proibir medicamentos e que sua intenção sempre foi dar a cada Estado o poder de determinar suas próprias leis sobre o assunto. Ele também comentou que é a favor do aborto em casos de crime, como estupros, mas disse que Biden é radical por ser a favor do aborto em qualquer situação.

Biden se defendeu das acusações, citou os casos de muitas mulheres que são estupradas e não tem mais o direto do aborto e se mostrou contrário a deixar o poder na mão dos Estados ao apoiar uma Lei Federal sobre o assunto.

Política externa

As guerras entre Rússia e Ucrânia e Israel e Palestina também ganharam espaço no debate, também com ataques de um ao outro.

Sobre a guerra no leste europeu, Biden acusou Trump de encorajar Putin a fazer o que ele quisesse e foi além ao afirmar que o presidente da Rússia quer restabelecer o império soviético e dominar os países da região. Nesta questão, Trump disse que o democrata não é respeitado e por isso Putin invadiu a Ucrânia. Ele ainda chegou a dizer que é culpa de Biden a Rússia ter invadido a Ucrânia e que já teria resolvido a questão se fosse presidente.

No Oriente Médio, o republicano também colocou a culpa no democrata, o qual falou que é o grande apoiador de Israel, que quer eliminar o Hamas, mas citou que é preciso ter cuidado com a questão humanitária.

Invasão ao Capitólio e resultado das eleições

Como era de se esperar, Trump evitou falar sobre esse assunto, se defendeu e a todo momento tentava atrair a atenção para outras questões, mas argumentou que solicitou mais segurança para aquele dia. Quando questionado se aceitaria o resultado das eleições, disse que sim, contudo que fossem justas e limpas, apesar de ter tentado se esquivar da pergunta.

Biden aproveitou a ocasião e foi incisivo contra Trump. Disse que o republicano não pediu para que as pessoas parassem a invasão e, para finalizar, foi contundente sobre o fracasso do ex-presidente em admitir a derrota há quatro anos: “Você não suporta a derrota”.

Quem é o melhor no golfe?

Assim como em todos os debates eleitorais, tivemos um momento particular entre Biden e Trump quando os dois começaram a discutir quem é melhor no golfe. O momento rendeu piadas nas redes sociais e para analistas internacionais é por momentos como esse que não é difícil compreender a razão de os eleitores dizerem nas pesquisas de opinião que não querem participar na escolha que lhes foi oferecida este ano.

A eleição americana ocorre somente em novembro e até lá muita coisa ainda irá acontecer. O debate ocorreu antes mesmo de cada americano ser formalmente nomeado nas suas respectivas convenções e a repercussão pode impactar os rumos. Por fim, depois do embate, o visual apático de Biden e sua performance no início do debate não tranquilizou o Partido Democrata e alguns correspondentes comentaram que membros partidários começaram a discutir uma possível substituição do candidato na corrida presidencial, apesar de não ser uma decisão fácil.

O “Segundo capítulo: a revanche” entre Trump e Biden está apenas começando.

Neste link, você consegue acompanhar o debate, em inglês, na íntegra.


Este é um texto apartidário e tem por objetivo apenas informar sobre as eleições americanas, sem nenhuma preferência, inclinação ou envolvimento com partidos, ideologias ou debates políticos.

ETF: o que é, benefícios e mais

ETF: o que é, benefícios e mais

(Tempo de leitura: 2 minutos)

O que você precisa saber:
Um Exchange-Traded Fund (ETF), ou fundo de índice, é um fundo de investimento negociado na Bolsa de Valores. A maioria dos ETFs acompanham um índice, como o de ações ou de títulos de renda fixa.


O material produzido pela nossa equipe de Investimentos Internacionais explica o que é ETF e a importância desses fundos na composição de portfolio. A apresentação fala como os estudos de mercado apontam a importância da diversificação de alocação, um dos principais benefícios dos ETFs. Além disso, o investimento nessa classe de fundos traz outros benefícios, como: baixo custo, liquidez, transparência e tributação.

Baixe e confira o material completo para tirar possíveis dúvidas sobre os Exchange-Traded Funds (ETFs).

O dilema do crescimento

O dilema do crescimento

(Tempo de leitura: 5 minutos)

O que você precisa saber:
O mercado financeiro utiliza muitas nomenclaturas e siglas, como “Value” e “Growth”, que refletem diferentes estratégias de investimento. O texto destaca a trajetória de empresas de crescimento, como a Uber, que enfrentam desafios ao buscar expansão acelerada.


O mercado financeiro tem a mania de criar nomenclaturas e siglas para tudo, como se tivesse um vocabulário único (relembre de alguns que explicamos neste artigo: Glossário Portofino). 

Uma das principais discussões entre investidores é a de quais são as melhores empresas para investir: as de valor (Value) ou crescimento (Growth). De fato, não há uma resposta absoluta, as duas estratégias possuem características e objetivos diferentes. Nesse texto, vamos desmistificar um pouco da segunda tese e trazer desafios enfrentados pelos fundadores e gestores dessas empresas ao longo do tempo.

Na realidade, todo negócio de sucesso já passou por essa fase, faz parte do processo, mas o mundo é repleto de histórias de empresas que aspiram crescimento exponencial a qualquer custo e acabam se deparando com uma realidade completamente diferente. Um termo que frequentemente acompanha esse fenômeno é o cash burn – queima de caixa – que se refere à rapidez com que uma empresa gasta seu capital para sustentar seu crescimento. Empresas como Amazon, Tesla, Netflix, Airbnb e Twitter utilizaram esse método, mas um exemplo emblemático é a Uber. A empresa de transporte iniciou com um serviço de excelência, mas enfrentou dificuldades em manter o mesmo nível de qualidade após uma expansão global acelerada. 

O que me motivou a escrever esse texto foi uma simples conversa com um motorista da Uber que fez parte da primeira leva de condutores em São Paulo. Em meados de 2015, quando a empresa estava focada na expansão, havia treinamentos esporádicos de como se portar com o cliente, como reagir a situações inusitadas, como puxar uma conversa ou saber a hora de ficar calado e outras habilidades sociais para dar uma boa experiência e ganhar as tão desejadas “5 estrelas”. 

Naquela época, estar bem ranqueado gerava mais incentivos para novas corridas e, consequentemente, mais dinheiro no bolso. Para o bem-estar dos motoristas, a Uber também disponibilizava pontos estratégicos na cidade onde podiam parar os seus carros, descansar, comer alguma coisa ou interagir com colegas. Criava-se uma cultura entre eles e olha que nem mencionei as balas e águas que ganhávamos nas corridas. 

Era uma relação ganha-ganha, o motorista feliz gerava clientes satisfeitos e maior fluxo de corridas. Isso era o crescimento, o futuro da empresa dependia disso, porém, em sua sede nos Estados Unidos, os números não estavam indo tão bem assim. A empresa enfrentava outros desafios também – aproveito para recomendar a série “Super Pumped: The Battle for Uber” que conta bastante sobre esse caso -, mas o fato é que o fascínio pelo crescimento ficou insustentável ao ponto de terem que tirar o fundador do cargo de CEO em 2017. O novo diretor assumiu com três objetivos principais: mudar a cultura, fazer o IPO (abrir capital na bolsa, que aconteceu em 2019) e virar o fluxo de caixa para positivo. Esse último acontecimento só foi ocorrer em 2022, depois de um árduo processo de corte de custos. 

A conclusão de tudo isso é que o crescimento é uma peça-chave para o sucesso das empresas, impulsionando inovação e expansão, é ele que diferencia as líderes de mercado das empresas comuns. No entanto, deve ser gerenciado com cautela para evitar gastos excessivos.

Quando a busca pelo crescimento se torna descontrolada, o risco de desperdício financeiro e cash burn aumenta, afetando a qualidade do serviço e impactando negativamente os clientes. Portanto, equilibrar o crescimento com a responsabilidade financeira é essencial para garantir que a expansão seja sustentável e estruturada, para que os clientes continuem a receber um serviço de qualidade e personalizado. 

Na Portofino, trabalhamos com um rigoroso processo de escolha das empresas nas quais investimos, buscando sempre um equilíbrio entre potencial de crescimento e sustentabilidade financeira. Analisamos relatórios detalhados fornecidos por nossos bancos parceiros, realizamos uma avaliação de risco própria e submetemos ao comitê para aprovação. 

Nossas decisões são colegiadas, envolvendo equipes tanto onshore quanto offshore, assegurando que as áreas tenham espaço para trazer os seus pontos e perspectivas, sejam elas positivas ou negativas. Assim que aprovado, cada equipe fica encarregada de alocar os recursos conforme perfil de risco dos clientes, monitorar os preços diariamente e reportar qualquer evento ou alteração da perspectiva, se necessário. 

Esse cuidado e metodologia nos permitem identificar oportunidades de crescimento, mas com o objetivo central de proteger o capital dos nossos clientes e garantir que nossas escolhas estejam alinhadas com seus objetivos de longo prazo.

Fernando Godoy cursou Administração de Empresas na FGV com foco em Gestão Estratégica, atuou por 2 anos em empresa de capital aberto e possui 8 anos de experiência no mercado financeiro, com ênfase em investimentos internacionais. Está no time da Portofino MFO há 6 anos, 4 deles como sócio.

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