Imigração, tarifas, diplomacia: um mês da volta de Donald Trump

Imigração, tarifas, diplomacia: um mês da volta de Donald Trump

(Tempo de leitura: 8 minutos)

O que você precisa saber:
O primeiro mês do segundo governo Trump trouxe à tona promessas de campanha como deportações em massa e a imposição de tarifas comerciais, que geraram repercussões internacionais e tensões diplomáticas. No Oriente Médio e no leste europeu, Trump busca acordos de paz, embora suas negociações levantem preocupações.


Assim como no começo de um livro, onde o primeiro capítulo define o tom e o ritmo da narrativa, o primeiro mês do segundo governo Trump dá os primeiros sinais sobre como será este novo mandato. As promessas de campanha, que antes soavam como ideias ainda em rascunho, agora ganham contornos mais definidos, revelando as direções que o governo pretende tomar em temas centrais como economia, imigração e relações internacionais.

Política de imigração

O primeiro plano que Donald Trump colocou em ação foi de deportação em massa dos imigrantes ilegais. A medida não repercutiu apenas nos Estados Unidos, mas em vários outros países, inclusive o Brasil. O processo gerou um desconforto diplomático entre os dois países quando os brasileiros que retornavam criticaram as condições em que foram transportados de volta.

O desconforto não foi apenas com o Brasil. A nossa vizinha Colômbia e uma das principais parceiras dos Estados Unidos na região também mostrou descontentamento com a forma que estava sendo conduzida a deportação de seus cidadãos. O rápido imbróglio foi o suficiente para que Trump colocasse outra carta na mesa: as tarifas.

Tarifas

Entretanto, ali era o início do próximo grande passo do governo americano. Dias após, Trump anunciou tarifas de 25% para produtos do México e Canadá, além da taxação de 10% sobre os produtos chineses importados para os EUA. Em resposta, a China impôs tarifas de 10% e 15% sobre importações dos Estados Unidos, medida que pode afetar cerca de US$ 14 bilhões em produtos.

Apesar da imposição das tarifas, os países fronteiriços viram o congelamento da medida por um mês, após os governos anunciarem reforços nas fronteiras. O presidente americano havia dito que usaria as tarifas para pressionar os vizinhos a reforçarem suas políticas para controlar o fluxo de drogas aos EUA, principalmente o fentanil, a droga que mais mata no país, e a entrada de imigrantes ilegais.

O tarifaço também chegou ao Brasil, com as medidas sobre a importação de aço e alumínio em 25%. Os EUA, segundo dados da Comexstat, compram quase a metade do aço que produzimos, cerca de 48%, e com as novas tarifas é possível que os americanos comprem menos. Com isso, Trump espera fortalecer o setor metalúrgico interno do país, fazendo com que a indústria compre mais metais produzidos em solo americano em vez de importar.

E as medidas não param por aí. Trump ainda anunciou uma série de tarifas recíprocas, para países que impõem impostos sobre importações americanas e que são consideradas “injustas” por ele. E novamente o Brasil foi citado, dessa vez com o etanol. Segundo o presidente americano, as taxas dos EUA sobre o etanol são de 2,5%, enquanto o Brasil impõe uma tarifa de 18%. As novas regras não entraram em vigor imediatamente, buscando dar tempo aos países que devem ser impactados negociar novos termos comerciais com o governo americano, afirmou um funcionário da Casa Branca.

Guerra no Oriente Médio e leste europeu

O primeiro mês também marcou o envolvimento americano nas guerras do Oriente Médio e do Leste Europeu. Em relação à primeira, o governo Trump começou estabelecendo um acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas – entretanto, o governo Biden reivindica para si as negociações que levaram a esse acordo. Esse cessar-fogo já resultou na troca de reféns entre os envolvidos, mas, nos últimos dias, o presidente subiu o tom do discurso após o Hamas atrasar a troca de reféns, além de ter dado declarações em que propôs a expulsão dos palestinos da Faixa de Gaza e dizer que vê os EUA tendo uma “posição de propriedade de longo prazo” no território. 

No leste europeu, a promessa de acabar com a guerra em 24 horas depois de eleito foi por água abaixo. Mas, nas últimas semanas, o presidente americano se movimentou para começar a traçar os caminhos que podem levar ao fim desse conflito. Trump falou com os presidentes da Rússia e da Ucrânia e representantes do seu governo se reuniram com representantes russos na Arábia Saudita, onde concordaram em iniciar o trabalho para a paz. 

Contudo, as negociações estão levantando receios quanto ao poder e participação da Ucrânia no acordo, assim como de todo o continente europeu. A fala de Trump que “é improvável a Ucrânia ter suas terras de volta” e o descarte da entrada do país na Otan levou preocupação ao Ocidente. Além disso, Trump fez uma publicação em sua rede social, Truth Social, chamando o líder ucraniano de ditador e o alertando a “se apressar” ou ficará “sem país”.

Inflação, juros, economia

O principal receio das medidas é um possível impacto inflacionário, o que pode manter as taxas de juros dos Estados Unidos elevadas por mais tempo. O presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que não vê necessidade de acelerar cortes de juros, citando a força da economia. 

Na ata da última reunião, realizada em 28 e 29 de janeiro, na qual a taxa de juros se manteve entre 4,25% a 4,50%, membros do comitê demonstraram preocupação com os efeitos das tarifas e da repressão à imigração na inflação, no mercado de trabalho e no crescimento econômico. No documento, “os participantes indicaram que, desde que a economia permanecesse perto do emprego máximo, eles gostariam de ver mais progresso na inflação antes de fazer ajustes adicionais na taxa de juros”.

Em janeiro, o índice de preços ao consumidor (CPI) nos EUA registrou alta de 0,5%, acumulando inflação de 3% nos últimos 12 meses, superando as previsões do mercado de 0,3% no mês e 2,9% no ano. O núcleo do CPI, que exclui os preços voláteis de alimentos e energia, subiu 0,4% no mês e 3,3% em um ano.

Com tudo isso apenas no primeiro mês, o que está claro é que o segundo governo Trump deverá ser intenso, repleto de tensões e impactos que suas decisões poderão gerar, tanto no cenário doméstico quanto internacional.

Guia DCBE 2025 | Informações sobre como declarar ativos no exterior

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O sistema da Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior (“CBE” ou “DCBE”) já está aberto e o prazo para apresentar a declaração termina no dia 07 de abril de 2025, às 18h00.

Sendo assim, a nossa equipe de Wealth Planning preparou um guia com orientações sobre quem é obrigado a apresentar a Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior (CBE ou DCBE) em 2025 e como declarar os principais ativos no exterior.

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Nos EUA, mercado aposta que boa parte do discurso de Trump é bravata e que bom senso prevalecerá

Nos EUA, mercado aposta que boa parte do discurso de Trump é bravata e que bom senso prevalecerá

Miriam Leitão – O Globo

Leia a matéria completa, direto no O Globo, clicando aqui.

O presidente Donald Trump está surpreendendo a todos com a velocidade e a agressividade das medidas que vem anunciando nas suas duas primeiras semanas de governo, levando analistas a preverem inflação e juros mais altos nos EUA e uma desaceleração da economia mundial diante de uma possível guerra comercial global. O mercado americano, no entanto, continua confiante no novo governo e nos efeitos positivos que pode ter sobre a economia americana. E a razão é simples: eles acreditam que muito do que Trump fala é bravata e que, no fim, o bom senso vai prevalecer, diz Adriano Cantreva, sócio da Portofino Multi Family Office, que atua em Nova York, de onde há mais de 30 anos acompanha os movimentos do mercado global.

-É a estratégia negocial de Trump, ele vai com tudo ou não vai ter o efeito que deseja. Alguma coisa do que vem ameaçando, por exemplo, em relação às tarifas, será implementada. Mas ele sabe que, se fizer tudo como anunciou, vai ter efeito na economia americana, piora nos indicadores, no desemprego e ele não quer isso. Todos os países estão jogando xadrez, aguardando o movimento do outro, foi assim com Canadá e México e também está acontecendo com a China. Radicalizar e derrubar o tabuleiro não é bom para ninguém, por isso acho que o bom senso vai prevalecer. Ele radicaliza mais no discurso que, na prática, foi assim no primeiro governo, e será assim nos próximos quatro anos – avalia Cantreva.

A visão otimista do mercado, explica o analista, vem da perspectiva de desregulamentação da economia, o que acredita aumentará os investimentos privados:

-A economia americana vai bem, mas muito estimulada pelo investimento público, desde a pandemia. Com a desregulamentação prometida por Trump, em setores como energia, meio ambiente e no órgão correspondente ao Cade brasileiro, a avaliação é que haverá mais movimentação do capital privado, empurrando os negócios para frente. Todo esse movimento só terá reflexo no segundo semestre. Até aqui, o governo tem feito movimentos em direções conflitantes, não se sabe ao certo qual vai prevalecer, mas acreditamos que, se der errado, ele vai dar um passo atrás.

Cantreva diz que a economia americana continua a ser a “grande locomotiva do mundo”, ainda mais diante do arrefecimento do mercado na China, o que dá força a Trump na negociação.

-Ele tem as cartas na mão. Canadá e México podem até procurar outros parceiros, mas nenhum oferece o que os EUA podem dar. E no fim, acaba saindo barato o acordo feito até agora para eles. Em lugar da tarifa, o governo mexicano vai colocar dez mil homens da guarda nacional na fronteira. A ação do governo canadense vai custar US$ 1,3 bi.

O – primeiro – grande dia de Gabriel Galípolo chegou

O – primeiro – grande dia de Gabriel Galípolo chegou

(tempo de leitura: 3 minutos)

O que você precisa saber:
Gabriel Galípolo assumiu a presidência do Banco Central e terá o seu primeiro grande dia. Assim como hoje, Galípolo estará no centro dos holofotes por muito tempo.


Gabriel Galípolo começou 2025 como o novo presidente do Banco Central, e o dia do seu primeiro grande teste no cargo chegou. Será a sua estreia na decisão de juros como líder da autoridade monetária, o que certamente o colocará novamente no centro dos debates econômicos.

Galípolo iniciou sua trajetória no governo Lula como secretário-executivo do Ministério da Fazenda e chamou rapidamente a atenção. Seu desempenho agradou tanto que, em pouco tempo, foi nomeado diretor de política monetária do Banco Central, pavimentando seu caminho para a presidência da instituição.

Apesar de sua boa relação com Lula e o ministro Haddad, sua indicação foi recebida com desconfiança inicial. A principal preocupação girava em torno de como Galípolo atuaria em um Banco Central independente, dado seu vínculo próximo com o Executivo. Esse receio foi amplificado pelas críticas de Lula a Roberto Campos Neto, que mantinha a Selic elevada, e por declarações que sugeriam uma possível interferência na política monetária.

O maior sinal de alerta surgiu em maio, quando a taxa básica de juros foi reduzida de 10,75% para 10,50%. Na ocasião, Galípolo votou por um corte de 0,50 p.p., enquanto Campos Neto preferia uma redução de 0,25 p.p. Essa divergência levantou questionamentos no mercado sobre se, como presidente, Galípolo seria mais flexível em relação à situação fiscal e às metas de inflação, cedendo à pressão política.

No entanto, tanto Galípolo quanto Lula reiteraram que ele teria plena autonomia no cargo. Além disso, nas reuniões subsequentes, ficou claro que suas decisões seguiram critérios técnicos. Apesar da desconfiança inicial, os indicados de Lula na diretoria só divergiram de Campos Neto uma única vez – no episódio mencionado.

A última reunião de 2024 – e também a última de Campos Neto como presidente do BC – resultou em um aumento de 1 ponto percentual nos juros, com previsão de mais dois aumentos da mesma magnitude nas reuniões seguintes. A expectativa é que a taxa de juros alcance 14,25% em março, o que traz um desafio ainda maior para Galípolo. Os juros elevados podem dificultar o crescimento econômico esperado para os próximos anos, aumentando a pressão sobre o governo, especialmente em um cenário que antecipa uma possível corrida pela reeleição de Lula, enquanto o Banco Central tenta conter a inflação que entra em 2025 em alta, após estourar o teto da meta no ano anterior.

Assim, Galípolo assume o comando do Banco Central com o apoio do governo e a promessa de autonomia para conduzir a política monetária. Sua atuação será acompanhada de perto, com a expectativa de que suas decisões sejam sempre baseadas em critérios técnicos.

Donald Trump toma posse: uma presidência cheia de promessas e estratégias ousadas

Donald Trump toma posse: uma presidência cheia de promessas e estratégias ousadas

(Tempo de leitura: 9 minutos)

O que você precisa saber:
Donald Trump tomou posse como presidente dos Estados Unidos e, em pouco tempo, já tomou medidas nos principais temas que o ajudaram a conseguir a vitória.


A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos marca o início de uma administração que se propõe a romper paradigmas e redefinir prioridades nacionais e internacionais. Com uma abordagem direta e assertiva, Trump apresenta-se como um líder disposto a enfrentar desafios globais e domésticos com ações rápidas e, muitas vezes, inesperadas. Desde antes de sua posse, suas declarações e iniciativas já sinalizavam mudanças significativas, refletindo uma estratégia de liderança que combina pragmatismo e imprevisibilidade.

Trump tem demonstrado um esforço constante para se conectar aos pontos mais relevantes e sensíveis da agenda global, como a paz no Oriente Médio, o fim do conflito na Ucrânia, a crise energética, as tensões comerciais com a China e até questões sociais polêmicas como a identidade de gênero. Essa postura, embora controversa, consolida sua influência em temas centrais para a política internacional e reafirma seu compromisso em ser uma figura de protagonismo global.

A diplomacia no Oriente Médio: um gesto ousado
Uma das primeiras movimentações de Trump foi enviar Steve Witkoff, um representante judeu e aliado de longa data, para intermediar conversas entre Israel e o Hamas. Witkoff, conhecido por sua atuação no setor imobiliário, reuniu-se com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e outras lideranças regionais. Seu papel foi essencial para mediar acordos preliminares, ainda que envoltos em controvérsias sobre a escolha de um enviado sem experiência diplomática formal. Essa estratégia reflete a abordagem de Trump de confiar em pessoas de sua rede pessoal para tarefas de alta relevância.

Como resultado, foi acordado um cessar-fogo na região de Gaza, no qual o Hamas seu comprometeu com a liberdade dos reféns e Israel em soltar palestinos presos e recuar em Gaza. Apesar da notícia positiva, há um disputa política por trás em relação a esse acordo nos Estados Unidos: foram os esforços diplomáticos de Trump ou de Biden ao longo dos meses que resultaram nessa solução? Cada um tenta reivindicar para si o sucesso nas negociações.

Ucrânia e Rússia: uma promessa de paz
Trump também sinalizou intenções ousadas no conflito entre Ucrânia e Rússia, prometendo acabar com a guerra em um curto espaço de tempo. Segundo o presidente, sua abordagem direta e assertiva seria capaz de levar as partes ao diálogo e evitar uma escalada que poderia culminar em uma terceira guerra mundial. Embora suas declarações atraiam atenção, críticos questionam a viabilidade de sua promessa e o impacto que ela pode ter na já delicada relação dos Estados Unidos com a OTAN e outros aliados.

Os presidentes Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, da Rússia e Ucrânia, respectivamente, parabenizaram Trump e se manifestaram sobre possíveis resoluções para o conflito. Putin afirmou que está “aberto ao diálogo” para alcançar a “paz duradoura” com a Ucrânia, enquanto Zelensky postou na rede social X que a a administração Trump representa uma oportunidade de alcançar uma paz justa no país.

Questão de gênero: um discurso polêmico
Em seu discurso de posse, Trump abordou a questão de gênero de maneira direta e controversa, afirmando: “Agora só existem dois gêneros: masculino e feminino.” Essa declaração reflete uma postura alinhada com setores conservadores de sua base de apoio e aponta para possíveis mudanças em políticas federais relacionadas a direitos LGBTQIA+. Enquanto aliados aplaudem a posição como um retorno a valores tradicionais, críticos destacam o impacto potencialmente excludente e os desafios que essa visão pode trazer em um contexto social mais amplo e diversificado.

Imigração: enfrentando cidades-santuário
No campo da imigração, Trump planeja iniciar a deportação de imigrantes em cidades-santuário como San Diego e Chicago, o que já está gerando um confronto antecipado com lideranças locais. As cidades-santuário, conhecidas por oferecerem proteção a imigrantes indocumentados, preparam-se para enfrentar uma pressão sem precedentes do governo federal. Prefeitos e governadores dessas regiões já sinalizaram resistência às medidas, antecipando batalhas legais e políticas nos próximos meses.

Minutos após a posse, o republicano não demorou para tomar as primeiras medidas no âmbito da imigração. O presidente declarou emergência nacional na fronteira com o México e revogou o direito de cidadania automática para filhos de imigrantes ilegais.

Economia e tecnologia: decisões adiadas e lançamentos polêmicos
Trump optou por adiar a imposição de novas tarifas sobre produtos chineses e solicitou estudos mais detalhados sobre os impactos econômicos dessas medidas. Segundo ele, é necessário evitar decisões precipitadas que possam prejudicar tanto o comércio internacional quanto a economia doméstica. Essa abordagem demonstra certa cautela em relação à China, mesmo após críticas feitas durante sua campanha. A decisão de adiar as tarifas também foi vista como um esforço para manter a estabilidade econômica enquanto sua administração assume o controle das políticas comerciais.

Por outro lado, sua administração adiou também a definição sobre o futuro do TikTok nos Estados Unidos, um tema que continua sendo observado de perto pelo setor de tecnologia.

Ademais, tanto Trump quanto sua esposa, Melania Trump, lançaram criptomoedas que rapidamente atraíram atenção no mercado financeiro. A criptomoeda $TRUMP, associada à figura do presidente, foi projetada para promover a ideia de liberdade financeira e expressão. Melania, por sua vez, apresentou a $MELANIA, que ganhou destaque como um ativo digital relacionado a causas sociais. Ambas as moedas geraram debates sobre seus objetivos e possíveis conflitos de interesse, mas também ilustram o impacto de suas marcas pessoais no mercado global.

Energia: ordens executivas e emergência nacional
No setor de energia, Trump assinou um ato que declara emergência energética nacional, destacando a necessidade de reduzir a dependência de recursos estrangeiros e impulsionar a produção doméstica de combustíveis fósseis. A medida também prevê investimentos na modernização de infraestruturas críticas, como redes elétricas e oleodutos, com o objetivo de garantir maior segurança e eficiência no abastecimento. Além disso, a flexibilização de regulações ambientais foi enfatizada como uma estratégia para atrair investimentos no setor de energia e criar empregos. Enquanto apoiadores elogiam as ações como necessárias para a independência energética dos Estados Unidos, críticos apontam os potenciais danos ao meio ambiente e o retrocesso nas metas de sustentabilidade.

Do discurso à prática: o desafio presidencial
O fim do discurso como candidato e o início do mandato como presidente trazem um novo foco à liderança de Donald Trump. Suas ações iniciais revelam o tom que deve marcar sua administração: direta, polêmica e orientada para resultados rápidos. Resta observar como essas iniciativas se desdobrarão e quais impactos trarão às dinâmicas internas e externas dos Estados Unidos.

Donald Trump utiliza a imprevisibilidade como uma de suas principais estratégias de liderança. Quando afirma que fará algo, muitas vezes não faz; quando garante que não tomará uma decisão, surpreendentemente a executa. Essa abordagem confunde adversários e aliados, ao mesmo tempo em que reforça sua mensagem de poder e controle. Ao desnortear seus críticos e mostrar quem realmente dá as cartas, Trump estabelece uma narrativa de comando absoluto que desafia convenções políticas tradicionais.

Se fôssemos ingleses ou parlamentaristas, o Lula já teria caído.

Se fôssemos ingleses ou parlamentaristas, o Lula já teria caído.

Explicação da ascensão e queda de Liz Truss como primeira ministra do Reino Unido.

Liz Truss caiu como primeira ministra do Reino Unido devido a uma combinação de fatores políticos, econômicos e de liderança. Aqui estão as principais razões:

  1. Plano Econômico Mal Recebido

    Liz Truss e seu então Ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, anunciaram um “mini orçamento” em setembro de 2022 que incluía cortes significativos de impostos, especialmente para os mais ricos, sem apresentar um plano claro de como financiar essas medidas. A proposta gerou forte reação negativa nos mercados financeiros, resultando em uma queda acentuada na libra esterlina e no aumento dos juros dos títulos do governo britânico (Gilts).

  2. Perda de Confiança nos Mercados
    O plano foi percebido como fiscalmente irresponsável, especialmente em um momento de alta inflação e incertezas econômicas globais. O Banco da Inglaterra foi forçado a intervir para estabilizar o mercado de títulos e proteger fundos de pensão, o que evidenciou ainda mais a falta de confiança no governo de Truss.

  3. Falta de Apoio Político
    Dentro do Partido Conservador, muitos parlamentares ficaram insatisfeitos com as decisões econômicas de Truss, que contradiziam promessas feitas no manifesto do partido. Sua liderança foi rapidamente enfraquecida, com demissões e renúncias de aliados importantes, incluindo Kwasi Kwarteng, substituído por Jeremy Hunt.

  4. Crise de Liderança
    Truss foi criticada por sua incapacidade de comunicar e defender sua visão econômica, agravando a percepção de falta de preparo para lidar com as crises. Ela recuou em várias das medidas anunciadas, o que minou ainda mais sua credibilidade como líder.

  5. Instabilidade no Partido Conservador
    O Partido Conservador estava dividido e sob intensa pressão após anos de instabilidade política, incluindo o mandato de Boris Johnson. A queda de Truss foi vista como uma tentativa do partido de conter os danos antes das próximas eleições gerais.

Resultado:

Liz Truss anunciou sua renúncia em outubro de 2022, após apenas 44 dias no cargo, tornando-se a primeira ministra com o mandato mais curto da história do Reino Unido. Sua queda simbolizou um colapso da confiança em sua liderança e em sua abordagem econômica, deixando uma tarefa difícil para seu sucessor, Rishi Sunak, que herdou uma economia fragilizada e um partido dividido.

22/09/2022. London, United Kingdom. Official Portrait of Prime Minister Liz Truss in No10 Downing Street.
Picture by Simon Dawson / No 10 Downing Street


Linha do Tempo da Queda de Liz Truss

6 de setembro de 2022: Posse como primeira ministra
Liz Truss é nomeada primeira ministra pelo Rei Charles III após vencer a eleição interna do Partido Conservador, derrotando Rishi Sunak. Promete implementar políticas de cortes de impostos e crescimento econômico, alinhadas à sua visão de “Trussnomics”.

8 de setembro de 2022: Morte da Rainha Elizabeth II
Apenas dois dias após a posse, a Rainha Elizabeth II falece, mergulhando o país em luto nacional. As atividades políticas são adiadas, e Liz Truss faz um discurso de homenagem à monarca.

23 de setembro de 2022: Anúncio do “Mini Orçamento”
O Ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, apresenta um pacote econômico que inclui: cortes de impostos para os mais ricos, cancelamento do aumento de impostos sobre empresas e isenção do teto para bônus de banqueiros. O plano não inclui previsão de custos nem consulta ao Escritório de Responsabilidade Orçamentária (OBR), o que gera incerteza nos mercados financeiros.

26 de setembro de 2022: Crise nos Mercados Financeiros
A libra esterlina cai para uma mínima histórica em relação ao dólar. Os juros dos títulos do governo britânico disparam, aumentando os custos de financiamento. Fundos de pensão enfrentam risco de colapso devido à volatilidade nos mercados.

28 de setembro de 2022: Intervenção do Banco da Inglaterra
O Banco da Inglaterra intervém no mercado de títulos, comprando Gilts para estabilizar o sistema financeiro. A medida reforça a percepção de que o governo de Truss perdeu o controle da economia.

3 de outubro de 2022: Recuo no Corte de Impostos para os Mais Ricos
Liz Truss e Kwasi Kwarteng voltam atrás na proposta de eliminar a alíquota de 45% do imposto de renda para os mais ricos, após forte pressão pública e de parlamentares conservadores. O recuo é visto como uma humilhação para o governo.

14 de outubro de 2022: Demissão de Kwasi Kwarteng
Kwasi Kwarteng é demitido como Ministro das Finanças, tornando-se o segundo a ocupar o cargo em menos de um ano. Jeremy Hunt é nomeado para o cargo e rapidamente desfaz a maior parte das políticas econômicas de Truss.

17 de outubro de 2022: Jeremy Hunt Reverte o Mini Orçamento
Jeremy Hunt anuncia o cancelamento de quase todas as medidas econômicas propostas no “mini orçamento”, incluindo os cortes de impostos e os subsídios de energia a longo prazo. Truss perde ainda mais credibilidade política, com Hunt assumindo, na prática, o controle da política econômica.

19 de outubro de 2022:Caos no Parlamento
Durante uma votação sobre fracking, surgem relatos de que parlamentares conservadores foram coagidos a apoiar o governo. A crise de liderança se aprofunda, com críticas à gestão de Truss.

20 de outubro de 2022: Renúncia
Após apenas 44 dias no cargo, Liz Truss anuncia sua renúncia como primeira ministra, tornando-se a chefe de governo com o mandato mais curto da história do Reino Unido.

25 de outubro de 2022: Rishi Sunak Assume o Cargo
Rishi Sunak é eleito líder do Partido Conservador e se torna o novo primeiro-ministro do Reino Unido.



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