Vitória no voto popular e na Câmara pode levar Trump a um governo mais radical, na visão de analista

Vitória no voto popular e na Câmara pode levar Trump a um governo mais radical, na visão de analista

Miriam Leitão – O Globo

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Donald Trump venceu no voto popular e ainda tem a chance de pintar a Câmara com vermelho republicado, além de ter mantido a maioria do Senado. A vitória em proporções bem maiores do que havia sido estimada pelas pesquisas pode levar Trump a implementar mudanças mais contundentes neste mandato do que no anterior, avalia o economista Adriano Cantreva, sócio da Portofino Multi Family Office.

– Ao que tudo indica, é uma vitória bastante forte, ele ganhou no número de votos, os republicanos mantiveram o Senado e tem chance de ganhar a Câmara também. Acredito que, com esse cenário, ele vai ser bem mais enfático, que esse próximo governo vai ser muito mais transformador do que foi aquele do passado. Nos próximos quatro anos, vai ter mais coisa acontecendo, as mudanças podem ser muito mais profundas do que se imagina. A tendência de protecionista, nacionalista pode ter uma intensidade maior do que se esperava – analisa Cantreva, que passou boa parte da manhã reunido com clientes em seu escritório em Nova York.

Para Gustavo Sung, economista-chefe da Sun Research, ainda é cedo para dizer se Trump será mais radical. Mas afirma que se confirmando a maioria republicana na Câmara, haverá, sem dúvida, mais facilidade em aprovação de propostas do governo Trump:

– As projeções eleitorais mostram que o Congresso deve ter maioria republicana, tanto no Senado quanto na Câmara e isso pode facilitar a aprovação da agenda política e econômica do Partido Republicano e os desejos de Donald Trump. Precisamos entender qual vai ser a força dos democratas, como os republicanos vão votar para essa agenda econômica de Trump. Há muita coisa ainda para entender como que vai ser essa relação entre Executivo e Legislativo, mas haverá mais facilidade na aprovação de algumas medidas do que projetado anteriormente.

Sung pontua que um ponto que merece atenção é a trajetória em ascensão da dívida pública americana:

– Independentemente do candidato que vencesse, a dívida pública dos Estados Unidos continuaria subindo. Trump sinalizou na campanha que ele deseja cortar impostos para as empresas e alguns setores. Ele vai renovar os cortes de impostos realizados em 2017, que vencem em 2025, o que vai levar a uma perda de arrecadação, que não será compensada pelo aumento da alíquota de importação de bens que ele deseja. Portanto, a dívida pública vai continuar subindo. Agências de rating já sinalizaram que há uma piora, uma deterioração das contas públicas americanas. E o segundo ponto, que era menos previsível, é que a gente acreditava que teríamos um Congresso dividido.

Trump eleito: quais os reflexos da eleição americana para os mercados

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(tempo de leitura 4 minutos)

O que você precisa saber
Donald Trump superou Kamala Harris e será novamente presidente dos Estados Unidos. Além disso, o partido republicano levou vantagem no Senado e na Câmara.


Vitória acachapante e inquestionável de Donald Trump. Talvez menos pelo resultado em si, mas certamente pela diferença de votos para Kamala Harris e pelas vitórias nos estados “pêndulo”, como Pensilvânia e Carolina do Norte (swing states). Tudo indica que os Republicanos conquistarão não somente a Presidência e o Senado, mas também a Câmara dos Deputados, ainda em apuração.

A reação dos mercados confirmou nossas expectativas para um “Red Sweep”. O dólar abriu o dia se valorizando contra todas as moedas, o S&P subindo fortemente e, em contrapartida, os juros americanos ajustaram suas taxas para cima.

O racional do mercado está na inferência de que, com a maioria no Congresso, o presidente Trump terá força para aprovar medidas na direção de uma menor regulação dos mercados, potencial corte de impostos para as empresas e aumento de tarifas de importação que protejam a indústria local.

Em contrapartida, medidas nessa direção deterioram ainda mais um já preocupante déficit fiscal, deterioração esta que viria acompanhada de nova pressão inflacionária.

É cedo para avaliar a distância entre as intenções e a execução de fato, mas, em linhas gerais, espera-se um governo ainda mais protecionista, fortalecendo o tema da campanha: Make America Great Again!

A reação dos mercados locais foi menos intensa quando comparada aos nossos pares. O real, por exemplo, é uma das moedas menos pressionadas, quando comparada, por exemplo, ao peso mexicano, chileno e mesmo ao euro.

Na renda fixa, os juros longos tiveram um ajuste também menor do que o esperado, sendo que nossa curva futura abre entre 10 a 15 bps. Parte da explicação desta reação mais branda passa pela expectativa, ainda nesta semana, de um novo pacote fiscal que enderece o crescimento dos gastos públicos.

Iniciativas como um novo pente-fino no Bolsa Família e endurecimento das regras para o BPC são ventiladas, mas ainda hoje se tem pouca visibilidade quanto aos detalhes do pacote, o que de certa forma impõe, por um lado, algum risco de decepção por parte do mercado, caso as proposições não atendam às expectativas de economia, que hoje giram entre R$ 30 e 50 bilhões. Por outro lado, aumenta-se a pressão sobre o Executivo para uma célere articulação com o Congresso na direção da aprovação das medidas em tempo e escopo que agradem ao mercado.

Nossa bolsa teve reação mais negativa, principalmente pelo peso maior de setores sensíveis ao aumento de juros, ao câmbio e ao impacto de medidas tarifárias prometidas por Trump, como commodities e bancos.

Mercados às 12h – 06/11/24
S&P500 +1,63%
Ibovespa -1,07*
Real 5,78 -0,39%
Pré Jan27 13,11% +13,2 bps

Confira também a repercussão da eleição americana nos principais veículos de mídia, ao longo das últimas semanas, com a análise do nosso sócio e responsável pelas operações internacionais, Adriano Cantreva.

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Eduardo Castro é Chief Investment Officer na Portofino Multi Family Office. É Engenheiro Eletrônico formado pela USP com pós em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas e MBA pela Business School São Paulo, além de possuir formação em Sustainable Business Strategy por Harvard e Finanças Comportamentais na Universidade de Chicago.

Eleição de Trump pode fazer dólar subir ainda mais, afetar exportações e investimentos no Brasil, diz economista

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Miriam Leitão – O Globo

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O dólar ultrapassou o patamar de R$ 5,80, nesta sexta-feira, e pode ficar ainda mais alto se Donald Trump ganhar a corrida à Casa Branca. Essa é a avaliação que Adriano Cantreva, sócio da Portofino Multi Family Office, faz para o blog de seu escritório em Nova York. A quatro dias das eleições americanas, ainda não é possível cravar quem será o próximo presidente dos Estados Unidos, Trump ou Kamala Harris. A disputa está acirrada como nunca antes se viu na terra do Tio Sam. O Brasil não é considerado prioridade para nenhum dos candidatos, no entanto, a eleição de Trump, diz Cantreva, pode ter um impacto negativo maior para o Brasil.

– Se o Trump ganhar, o que é mais provável, ele defende a política de tarifas, principalmente com relação à China, mas é muito mais focado na produção nos Estados Unidos, no renascimento da industrialização americana, o MAGA, que é o acrônimo dele, Make America Great Again. Então, é muito nacionalista. Ele diz que vai fechar a fronteira, que vai deportar milhares de imigrantes, e tudo isso indica mais inflação, mais protecionismo, e o que não é bom para o Brasil, porque mais inflação, provavelmente vai significar que a taxa de juros dos Estados Unidos continuará elevada. A taxa de juros continuando elevada nos Estados Unidos, o dólar continua forte no médio prazo – diz Cantreva.

Ele ainda pondera:

-Quando a gente olha o dólar num período maior de tempo o dólar está parado vamos dizer assim. Lembrando antes até do Lula ganhar a eleição, ele chegou a bater R$ 5,70, estar R$ 5,78, dois anos depois não está caro. Esse é um movimento global de valorização da moeda. E no Brasil ainda tem todas essas questões de Orçamento, de gastos do governo, que não se resolvem um mês, dois meses. Pode ser que o Lula venha e fale alguma coisa e tire um pouco a pressão. Mas assim que a pressão diminui, os gastos voltam e fica esse ciclo.

Os juros mais altos nos Estados Unidos ainda reduzem a atratividade de investimentos no Brasil e aumenta o interesse de brasileiros em investimentos de brasileiros em solo americano, diz Cantreva, lembrando que a Bolsa americana já subiu mais de 25% este ano. Ou seja, o Brasil perde em duas pontas. Não bastasse tudo isso, a política protecionista defendida por Trump afeta diretamente as exportações brasileiras e, dessa vez, lembra Cantreva, o Brasil não contará com o apetite da China para compensar o encolhimento das importações americanas. Nem mesmo o pacote lançado pelo governo chinês há duas semanas, mostrou-se eficiente em dar novo gás a economia do gigante asiático, em clara desaceleração. Isso significa dizer que o cenário externo piora para o Brasil, tornando ainda mais preponderante o ajuste fiscal para a economia brasileira.

Se a vitoriosa for Kamala, todos esses efeitos são atenuados. No entanto, Cantreva chama atenção que os americanos de forma geral estão mais nacionalistas, o que fará com qualquer que seja o presidente adote uma política mais voltada para o mercado interno.

A Kamala tende a ser mais suave esse movimento, dado que ela não está defendendo o fechamento da economia, tarifas e tal. Mas o que acontece é que nos Estados Unidos tem tido uma onda mais nacionalista. Independentemente de Democratas ou Republicanos, Kamala ou Trump. No passado, a meta era ser uma economia global, um influenciador global, o que continuara sendo, obviamente. O foco agora, no entanto, é emprego para a economia local, ter boas condições para a população americana, de repente vai ter que fechar a fronteira mesmo para diminuir o número de imigrantes. Então, a gente vê, independentemente de Kamala ou Trump, o foco é mais nos Estados Unidos. Em relação ao Brasil, é daqui pra pior. Pode ser menos pior ou mais pior, vamos dizer assim. Mas a perspectiva não é que melhore – avalia o economista.

O cenário piora, mas isso não significa que o Brasil será jogado do precipício. No entanto, também não contribui para uma aceleração do crescimento.

– A gente continua estacionado na promessa de ser o futuro. Para o país se desenvolver precisa mesmo de um forte ajuste fiscal.

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Miriam Leitão – O Globo

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economia americana manteve um crescimento forte no terceiro semestre, mostraram os dados divulgados nesta quarta-feira, no entanto, o impacto desses dados para o Brasil serão bastante limitados, na avaliação de analistas. Se até a semana passada, a mudança do patamar da cotação da moeda americana – que saltou de R$ 5,45 em setembro para R$ 5,70 este mês – vinha sendo fortemente influenciada pelo cenário internacional, na última semana o que tem puxado o dólar para cima agora é de fato a incerteza sobre se as medidas de ajuste fiscal a serem anunciadas pelo governo serão suficientes para manter a sustentabilidade do arcabouço fiscal. Samuel Pessoa, pesquisador associado do FGV IBRE e chefe da pesquisa econômica JBB, avalia, no entanto, que as medidas vindo como disse o ministro Fernando Haddad nesta manhã, para dar sustentabilidade ao arcabouço a cotação, que encosta nos R$ 5,80 nesta quarta-feira, pode cair para R$ 5.

– O movimento da nossa moeda reflete coisas que acontecem no mundo inteiro e também o risco fiscal. É muito difícil ter métricas que possam decompor esse impacto. Um modelo que desenvolvi em conjunto com o economista Livio Ribeiro, aponta que a alta que vimos do fim de setembro até a última semana, quando o dólar chegou a R$ 5,70, essa piora vinha dos dados internacionais. Na última semana, a piora foi mesmo predominantemente pela questão do risco fiscal. Se as medidas a serem anunciadas pelo governo de fato trouxerem sustentabilidade ao arcabouço, levando os gastos para o teto, o dólar cai para R$ 5 – avalia Pessoa.

Na avaliação de Samuel Pessoa, é justamente esse cenário incerto fiscal, com a aceleração da dívida pública, que não tem permitido que o Brasil atraia capital estrangeiro como deveria, apesar do aumento do diferencial de juros entre a economia brasileira e americana. Ele pondera ainda que apesar da economia americana ainda se mostrar forte, com uma taxa de crescimento de PIB anualizada de 2,8%, a inflação se mostrou resistente pelas bandas de lá, o que pode fazer com que os juros americanos, avalia Pessoa, venham a cair mais lentamente e se mantenham num patamar mais alto do que o inicialmente esperado:

– A economia americana tem dados sinais controversos, dois meses fortes, depois um indicador que aponta para risco de recessão. O fato é que estamos com a economia do mundo inteiro saindo da pandemia e ninguém entende exatamente esse comportamento.

Adriano Cantreva, sócio da Portofino Multi Family Office, radicado em Nova York, concorda:

– A possibilidade de redução dos juros envolve uma dinâmica complexa, que vai além de uma resposta direta. Fatores como o resultado das próximas eleições presidenciais – seja Trump ou Kamala – e os dados do mercado de trabalho que serão divulgados na sexta-feira terão papel central. Esses elementos, aliados à trajetória da inflação e ao fortalecimento da economia, serão determinantes para a política monetária do Federal Reserve nos próximos meses.

Para o economista Rafael Panonko, as preocupações em relação aos gastos públicos, ao endividamento do Estado são de tal monta que impedem esse prêmio do juros mais altos no Brasil seja considerado suficiente para justificar o risco para os investidores.

– Essa é um pouco da visão do mercado, tanto que ontem a gente teve o dólar batendo no patamar mais elevado dos últimos anos. E o mercado vive uma ansiedade da divulgação de um pacote de controle de gastos que o governo estaria para divulgar após as eleições, se será suficiente. Enquanto isso não acontece, a gente tem pressão inflacionária, tem dólar em tendência de alta e projeção de juros para o ano que vem se elevando também.

Em conversa com jornalistas na porta do ministério, em Brasília, Fernando Haddad disse entender a inquietação do mercado e afirmou que as medidas a serem anunciadas serão capazes de ancorar as expectativas:

– Encontrado essa fórmula, e na minha opinião o que ontem foi discutido atende, do meu ponto de vista, as coisas voltam a se ancorar, e não que nós não vamos ter dificuldade com o que está acontecendo no mundo, porque o mundo todo está passando por dificuldades, mas as coisas se atenuam.

ETF: o que é, benefícios e mais

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O que você precisa saber:
Um Exchange-Traded Fund (ETF), ou fundo de índice, é um fundo de investimento negociado na Bolsa de Valores. A maioria dos ETFs acompanham um índice, como o de ações ou de títulos de renda fixa.


O material produzido pela nossa equipe de Investimentos Internacionais explica o que é ETF e a importância desses fundos na composição de portfolio. A apresentação fala como os estudos de mercado apontam a importância da diversificação de alocação, um dos principais benefícios dos ETFs. Além disso, o investimento nessa classe de fundos traz outros benefícios, como: baixo custo, liquidez, transparência e tributação.

Baixe e confira o material completo para tirar possíveis dúvidas sobre os Exchange-Traded Funds (ETFs).

Desmistificando a marcação a mercado

Desmistificando a marcação a mercado

(Tempo de leitura: 2 minutos)

O que você precisa saber:
“Mark to Market” (abreviado como MTM) refere-se à prática de avaliar ativos com base em seus preços de mercado atuais. Este método de valoração reflete o valor mais atualizado de um investimento, ao contrário de depender do custo histórico. É muito utilizado na indústria financeira, especialmente para instrumentos como ações, títulos e derivativos.


Neste material produzido pela nossa equipe de Investimentos Internacionais, além de saber o que é marcação a mercado, você também será apresentado a exemplos desse conceito e aos fatores de risco que influenciam o preço de um título de renda fixa.

Para tirar dúvidas sobre marcação a mercado, baixe o material completo no botão abaixo.

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