PIB do 1º trimestre de 2025 mostra recuperação da economia brasileira

PIB do 1º trimestre de 2025 mostra recuperação da economia brasileira

(Tempo de leitura: 2 minutos)

O que você precisa saber:
Depois de ficar praticamente estável no último trimestre de 2024 (com crescimento de apenas 0,1%), o PIB do Brasil cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025. O resultado foi um pouco abaixo do esperado pelo mercado (que previa 1,5%), mas ainda assim positivo, deixando uma base sólida para o ano, com possível crescimento programado de 2,2% para o ano.


Setores que impulsionaram o crescimento

  • Agropecuária: teve um desempenho excepcional, crescendo 12,2% em relação ao trimestre anterior.
  • Serviços: também acelerou, passando de 0,2% no último trimestre de 2024 para 0,3% no primeiro trimestre de 2025.
  • Indústria: registrou leve queda (-0,1%), puxada principalmente pela indústria de transformação e pela construção civil.

Pelo lado da demanda

  • Investimentos (formação bruta de capital fixo): cresceram 3,1%, um ritmo muito mais forte que no trimestre anterior (0,7%).
  • Consumo das famílias: aumentou 1,0%, recuperando-se após uma queda de 0,9% no trimestre anterior.
  • Consumo do governo: desacelerou, mas ainda teve um pequeno crescimento (0,1%).

Os dados do PIB trazem sinais mistos

  • Por um lado, o crescimento ficou abaixo do esperado e foi muito influenciado pelo agronegócio, um setor menos sensível aos ciclos econômicos.
  • Por outro, setores importantes para a economia, como serviços e consumo das famílias, voltaram a crescer, o que desafia a ideia de que a desaceleração econômica ajudaria a controlar a inflação.

No geral, a economia brasileira ainda está em movimento, mas o ritmo de crescimento deve diminuir aos poucos. No entanto, esse cenário pode não ser suficiente para que a inflação caia dentro do prazo esperado pelo Banco Central.


Thomas Gibertoni
Sócio | Portfolio Manager

É formado em Administração pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e possui certificações CGA e CGE. Thomás passou pelo Banco Santander e antes de chegar à Portofino foi Portfolio Manager na Claritas Investimentos.

Impacto de tarifaço para o Brasil ainda não está claro

Impacto de tarifaço para o Brasil ainda não está claro

Mario Camera – Valor Econômico

Leia a matéria completa, direto no Valor Econômico, clicando aqui.

O anúncio do novo pacote tarifário dos Estados Unidos para o Brasil, em 2 de abril de 2025, acendeu o sinal de alerta em setores estratégicos da economia nacional. Mas, passados dois meses, os efeitos ainda não foram suficientes para provocar mudanças concretas nas estratégias empresariais. Na indústria, a principal consequência até agora tem sido o compasso de cautela. “O impacto das tarifas americanas no mercado brasileiro ainda é incipiente, mesmo porque tem formação de estoques, tem discussões de postergamento, e essas novas negociações criam expectativas”, afirma Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Apesar de o setor não ter sofrido retrações diretas, a CNI enviou uma missão aos EUA em maio. O objetivo foi negociar tratamento diferenciado por setor e sinalizar que o Brasil tem projetos de complementaridade produtiva com os americanos, incluindo cadeias de semicondutores, terras raras, combustível sustentável de avião (SAF) e data centers verdes. “Nós temos 55% das nossas exportações de manufatura só para os Estados Unidos, é o principal destino dos nossos bens intensivos em tecnologia. Então, essa solução precisa ser encontrada o mais rápido possível, e entendemos que deveria ser feito também de forma setorial”, afirma Alban.

O presidente da CNI alerta, no entanto, que as tarifas americanas já provocam um desvio na balança comercial com outro parceiro: a China. “O maior impacto que já vemos foi uma maior concentração, no primeiro trimestre, de vendas de produtos manufaturados chineses para o Brasil, que aumentou 30% em relação ao mesmo período do ano passado”, observa.

O movimento também preocupa a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Segundo a entidade, só em março as importações de calçados da China cresceram 51,7% em relação ao mesmo mês de 2024. Em comunicado no início de abril deste ano, o presidente da entidade, Haroldo Ferreira, alertava que “essa invasão [de calçados chineses] ocorre antes mesmo da entrada em voga da nova tarifa. A previsão é de que aumente ainda mais nos próximos meses […] A China não ficará sem escoar essa produção”.

Já no agronegócio, o ritmo das vendas externas não apenas foi mantido, como acelerou em alguns setores, a exemplo da carne. Em abril, o Brasil embarcou 48 mil toneladas de carne bovina para o mercado americano, seis vezes mais que no mesmo mês de 2024. Segundo Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o principal fator da competitividade brasileira é estrutural: “Os EUA vivem o menor plantel bovino dos últimos 80 anos e seguem buscando fornecedores com capacidade de entrega em escala e preços acessíveis”, explica.

O rebanho bovino americano recuou em função de seca, alimentação dos animais mais cara e aumento dos juros, com impacto direto no custo de produção. Assim, mesmo com tarifa total que pode chegar a 36,4%, a carne brasileira continua mais barata. “Se a carne brasileira chega ao mercado a US$ 30 e sofre o acréscimo tarifário, ainda assim permanece muito mais competitiva que a carne americana, cotada a US$ 100”, afirma o presidente da Abiec.

Na prática, segundo Perosa, o tarifaço recaiu sobre os importadores americanos, “que arcam com os custos adicionais”.

“Nós ainda estamos em um momento de muita adaptação”, João Daronco.

No mercado financeiro, o impacto também foi difuso, mas não irrelevante. Para Eduardo Castro, CIO da Portofino Multi-Family Office, o vaivém das decisões americanas desestabilizou o horizonte de previsibilidade dos agentes econômicos. “Esse cenário foi deixando a própria economia real sem horizonte”, afirma. “Se de fato isso [o aumento de tarifas] caminhar nessa direção, vai ser ruim para ativos de risco, ruim para o dólar”, salienta.

Segundo Castro, o mercado global esperava que Trump fosse “positivo para ativos de risco”, mas a realidade surpreendeu. “Veio algo que se imaginava que viria, mas numa intensidade e numa desorganização, numa ausência de tecnicidade tão grande que deixou mercados e economia real absolutamente perdidos”, diz. Para ele, a principal consequência até o momento foi um aumento da cautela. “O máximo que se fez foi redução de risco: corte de exposição a renda variável, aumento de caixa, espera.”

A guerra comercial iniciada pelos EUA também deve levar a uma mudança na diversificação de carteiras internacionais, o que não deve abalar a posição americana no mercado, segundo Castro. “Portfólios que eram majoritariamente alocados nos Estados Unidos vão caminhar para uma diversificação maior. Apesar disso, os EUA não vão deixar de ser a principal economia do mundo, nem o principal país pra oferta de títulos e ativos financeiros; só que serão em um ponto de equilíbrio diferente”, diz.

A percepção também é compartilhada por João Daronco, analista da Suno Research. “Nós ainda estamos em um momento de muita adaptação, sem saber ao certo todas as consequências do tarifaço”, afirma. Segundo Daronco, não existe, até o momento, “nenhum direcionamento concreto [no Brasil] de uma empresa que está reduzindo o custo, cortando pessoal ou diminuindo investimentos propriamente dito”.Para ele, o impacto poderia ser percebido a partir de julho e agosto, “quando as empresas começarem, de fato, reportar os seus números, o fluxo de caixa, o quanto que investiram etc”.

Aumento das alíquotas de IOF

Aumento das alíquotas de IOF

(Tempo de leitura: 3 minutos)

Ontem à noite, o presidente Lula assinou o Decreto nº 12.466 de 2025, que aumentou as alíquotas de IOF/Câmbio, IOF/Crédito e IOF/Seguros. O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é um imposto que pode ser alterado sem a necessidade de respeitar as regras de anterioridade (como a virada do ano ou a noventena). Para a maioria das mudanças publicadas, a vigência é imediata. Ou seja, as novas alíquotas de IOF já estão em vigor a partir de hoje.

Na imagem, apresentamos um resumo das principais alterações no IOF/Câmbio, que impactam pessoas físicas — especialmente nas movimentações realizadas pelos nossos clientes.

Como regra geral, o governo estabeleceu uma alíquota padrão de 3,5% para o envio de recursos ao exterior e de 0,38% para o retorno desses recursos ao Brasil. Há, ainda, isenções e alíquotas específicas para situações expressamente definidas no decreto.

Há uma alíquota reduzida de 1,1% para operações de câmbio com “finalidade de investimento”, embora o decreto não detalhe os critérios de enquadramento. Será necessário demonstrar que a operação se enquadra nessa finalidade. Provavelmente será essa a alíquota de câmbio utilizada para recursos enviados ao exterior que são diretamente investidos (em geral, mediante envio de comprovação ao banco de que o investimento foi realizado).

Para aumento de capital em empresas no exterior, nos parece que o mesmo “câmbio” de 1,10% poderá ser utilizado, desde que acompanhado de uma ata de aumento de capital com a indicação expressa de que a finalidade é investir na offshore. 

Entendemos que esse racional seja aplicável, mas a aplicação prática também dependerá do entendimento dos bancos, que realizam as operações de câmbio e são responsáveis pelo recolhimento do imposto.

Quanto ao IOF/Seguros, o governo determinou que aportes mensais em VGBL com valor superior a R$ 50 mil estarão sujeitos à alíquota de 5%. Até o momento, essa regra está em vigor.

Existe a possibilidade de a FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida) se mobilizar para tentar reverter a aplicação dessa alíquota de 5%.

Estamos acompanhando o tema de perto e informaremos a todos sobre novas atualizações.

Inflação em abril mostra resistência, mesmo com possível fim do ciclo de alta dos juros

Inflação em abril mostra resistência, mesmo com possível fim do ciclo de alta dos juros

(Tempo de leitura: 2 minutos)

O que você precisa saber:
O IBGE divulgou os dados mais recentes de inflação. Neste texto, o nosso sócio e Portfolio Manager, Thomás Gibertoni, analisou o resultado apresentado.


O IPCA (índice oficial de inflação) de abril ficou em 0,43%, um pouco acima do esperado pelo mercado (0,42%) e um pouco menor que o registrado em março (0,56%). No entanto, no acumulado dos últimos 12 meses, a inflação subiu para 5,53%, ante 5,48% no mês anterior.

O que ajudou a segurar a inflação

  • Queda no preço de passagens aéreas (-14,15%) e combustíveis (-0,45%).
  • Alimentos em casa subiram menos (0,83%), com destaque para itens como ovos e café, que caíram (-1,29%) ou subiram menos (4,48%) após altas recentes.

O que pressionou a inflação

  • Bens industriais (como roupas e eletrônicos) subiram 0,62%, influenciados pelo fim de promoções e trocas de coleção (vestuário: +1,02%).
  • Medicamentos tiveram reajuste (2,32%), algo comum em abril.

Preocupação com serviços e núcleo da inflação

Os preços de serviços essenciais e a média dos núcleos de inflação (que excluem itens voláteis) praticamente não recuaram (0,61% e 0,51%, respectivamente), indicando que a inflação mais persistente segue alta. Em termos anualizados, alguns indicadores até aceleraram (7,8%), enquanto outros se mantiveram em patamares elevados (6,2%).

Surpresas no resultado

  • Alimentos em casa ficaram um pouco mais baratos do que o esperado, principalmente legumes e verduras.
  • Serviços pessoais (como educação e saúde) ficaram mais caros (+2 bps), piorando a qualidade geral do resultado.

Conclusão

A inflação de abril manteve-se em níveis preocupantes, especialmente nos setores mais resistentes a quedas (como serviços). Apesar de o Banco Central ter sinalizado uma possível pausa nos aumentos de juros, o cenário atual—com inflação alta e sem sinais claros de melhora—reforça a necessidade de manter os juros elevados por enquanto. Não há condições para discutir cortes na taxa de juros em 2025.


Thomás Gibertoni
Sócio | Portfolio Manager

É formado em Administração pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e possui certificações CGA e CGE. Thomás passou pelo Banco Santander e antes de chegar a Portofino foi Portfolio Manager na Clarita Investimentos.

Panorama do M&A no Brasil: cautela, seletividade e novas oportunidades

Panorama do M&A no Brasil: cautela, seletividade e novas oportunidades

(Tempo de leitura: 2 minutos)

O que você precisa saber:
O mercado de M&A no Brasil começa a dar sinais de retomada, com foco em setores como tecnologia e energia. Em um cenário ainda cauteloso, investidores buscam negócios mais sólidos e sustentáveis, deixando de lado o crescimento a qualquer custo.


Depois de um período mais tímido, o mercado de fusões e aquisições começa a mostrar sinais de que está, pouco a pouco, voltando ao jogo. Ainda sem atingir os volumes pré-2022, é verdade, mas o sentimento é de que a maré está mudando.

Em 2024, o Brasil registrou mais de 1,5 mil operações – uma clara recuperação após dois anos de desempenho mais fraco. As negociações entre empresas brasileiras lideraram o movimento, com 981 casos, seguidas por transações com capital estrangeiro adquirindo companhias nacionais, que somaram 394. O retrato é de um mercado que segue amadurecendo e se consolidando como um dos mais dinâmicos da América Latina.

Apesar dos números positivos para o mercado, o aumento da taxa de juros e as questões fiscais e políticas que pairam sobre Brasília foram desafios para o ritmo das transações — especialmente nos setores mais sensíveis às mudanças macroeconômicas.

A perspectiva para 2025, entretanto, é a de que os investidores estratégicos e os fundos de private equity, que haviam pisado no freio, voltem a demonstrar interesse. E não de forma indiscriminada: tecnologia e energia seguem no centro das atenções, mas com uma postura mais criteriosa.

“A palavra de ordem, no entanto, é seletividade”, analisa Luiz Guimarães, sócio Portofino da área de M&A (Fusões e Aquisições, em português). “O apetite está mais exigente. Se antes o mercado parecia hipnotizado por promessas de crescimento acelerado, hoje os olhos se voltam para empresas resilientes, com boa geração de caixa e fundamentos sólidos. O ‘crescer a qualquer custo’ perdeu brilho — o que importa agora é o quanto esse crescimento se sustenta de pé. O sentimento geral? Cautela com viés positivo”, conclui.

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