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O que você precisa saber:
A política tarifária de Donald Trump é um dos grandes destaques do ano, principalmente em relação à China. Essa disputa é ainda mais relevante no setor tecnológico, com os chips semicondutores.


Se tem algo que está marcando 2025, é a política tarifária de Donald Trump. Especialmente sua “guerra” contra a China, com tarifas que chegaram a 145% sobre os produtos chineses. Muito além da diplomacia e das manchetes, ela impacta diretamente o cenário econômico global.

Mas essa disputa entre China e Estados Unidos não começou agora. Ela remonta ao primeiro mandato de Trump e nos faz lembrar de um conceito clássico das Relações Internacionais: a Armadilha de Tucídides.

Esse conceito descreve o risco de conflito quando uma potência emergente ameaça tomar o lugar de uma potência dominante. Para entender melhor, vale uma viagem rápida no tempo.

No século V a.C., depois das Guerras Médicas contra os persas, Atenas despontou como uma potência naval, econômica e cultural. Liderava a Liga de Delos, uma aliança militar que, com o tempo, virou praticamente um império ateniense.

Do outro lado, Esparta era a potência tradicional — terrestre, conservadora, militarista — e liderava a Liga do Peloponeso. O embate entre as duas era inevitável.

E foi o que aconteceu: Atenas e Esparta entraram em guerra. Esparta venceu, mas saiu enfraquecida e logo foi dominada pelos macedônios. O historiador Tucídides analisou o conflito e escreveu:

“O crescimento do poder de Atenas e o medo que isso causou em Esparta tornaram a guerra inevitável.”

Mas calma. Isso não quer dizer que EUA e China vão entrar numa guerra militar. Muitos analistas consideram esse movimento improvável. Só que, como disse recentemente Warren Buffett, tarifas nesse nível já podem ser vistas como um ato de guerra.

Essa disputa já dura quase uma década — especialmente no setor tecnológico — e ganhou ainda mais força com a ascensão dos chips semicondutores. Lembra deles? Ficaram famosos na pandemia.

No livro A Guerra dos Chips, o autor Chris Miller afirma que o futuro da economia mundial será liderado por quem dominar o poder computacional. E isso vai muito além de notebooks ou smartphones — envolve supremacia militar e avanços em inteligência artificial.

Hoje, a cadeia dos chips se divide em três partes:

  • Design: dominado pelos EUA, com destaque para empresas do Vale do Silício.
  • Manufatura: liderada por Taiwan, com a poderosa TSMC.
  • Corte: onde a China tem ganhado espaço.

Mesmo com avanços significativos, a China ainda fica para trás, especialmente no design. E é por isso que países ocidentais estão barrando o acesso chinês às suas tecnologias — tentando frear esse crescimento.

Mas o susto veio no início de 2025, quando a DeepSeek, uma empresa chinesa de IA, mostrou resultados tão bons quanto os das big techs americanas, com custos muito menores. (Entenda o caso aqui.)

Para os EUA, a China representa um rival direto à ordem global construída nas últimas décadas: mercados abertos, alianças como a OTAN e instituições lideradas pelo Ocidente.

E é verdade: nas últimas quatro décadas, a China saiu de uma economia agrícola para se tornar a segunda maior do mundo. Um salto impressionante que acendeu o alerta em Washington.

Esse sentimento de ameaça aumentou tensões em várias frentes:

  • Comercial: tarifas e restrições ao acesso a tecnologias críticas.
  • Tecnológica: briga por chips, IA, telecomunicações.
  • Geopolítica: disputas em torno de Taiwan, Mar do Sul da China e influência na Ásia.

O caso da Guerra do Peloponeso nos lembra que mudanças no equilíbrio de poder global tendem a gerar tensões e instabilidades — e é exatamente isso que vemos hoje entre EUA e China.

A escalada tarifária, os bloqueios tecnológicos e as disputas geopolíticas refletem não apenas uma competição por protagonismo, mas um choque de modelos e visões de mundo. Cenários como esses destacam a importância de contar com um gestor profissional. 

indicação livro guerra dos chips
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