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O que você precisa saber:
Donald Trump e Joe Biden se enfrentaram no primeiro debate presidencial em 2024, e tiveram que discutir sobre temas relevantes para o resultado das eleições, como economia, imigração, política externa e mais.


Nesta quinta-feira (27), o pontapé inicial na campanha eleitoral americana foi dado com o primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden. Em um debate diferente do que ocorreu em 2020, com mais civilidade e um pouco de posicionamento político, os insultos e ataques pessoais foram frequentes. 

Trump se apresentou um pouco diferente de como costuma aparecer. Apesar de trabalhar com um conteúdo agressivo contra Biden e atacar o adversário de forma firme, o ex-presidente se mostrou mais contido e passando uma imagem mais serena ao falar com bastante efetividade e calma, porém sendo acusado de disseminar muitas mentiras.. Por outro lado, por muitas vezes tentou se esquivar de perguntas mais ríspidas dos mediadores, como quando questionado sobre a invasão no Capitólio e a denúncia de fraude nas últimas eleições.

No lado democrata, a repercussão não foi positiva para o presidente Biden. Uma das maiores preocupações do eleitorado americano é a idade do candidato, de 81 anos, e se ele ainda tem energia e condições de saúde para comandar o país. E ao que parece Biden não conseguiu passar essa sensação. Com um começo devagar e com dificuldades em atacar seu adversário, o presidente passou uma sensação de fragilidade, com momentos de lapso, dificuldades de concluir um raciocínio e uma rouquidão aparente. Entretanto, quanto mais o debate caminhava, Biden conseguiu também se mostrar agressivo contra Trump, o chamando de “mentiroso” e “condenado”. 

Economia

Logo de início, economia foi o tema de discussão. O atual presidente afirmou que herdou um cenário econômico “caótico”, além de dizer que Trump sentia “orgulho” de fazer uma economia que beneficiava os ricos e punia os pobres. O republicano foi categórico ao dizer que “fez a melhor economia da história do país” e que “todos os outros países copiaram o seu modelo”. “Fizemos um trabalho excelente e tudo estava indo muito bem até o covid”, concluiu Trump.

Porém, não demorou muito para a imprensa começar a fazer os “fact check” do debate. Em publicação nas redes sociais, a CBS desmentiu o ex-presidente e concluiu que o seu mandato não foi responsável pela “melhor economia da história do país”.

Imigração

Outro hot topic para essa eleição é a imigração. Essa questão sempre foi amplamente debatida entre os americanos, mas ganhou proporções ainda maiores nos últimos anos, especialmente após o ex-presidente dizer que construiria um muro na fronteira com o México. O número de imigrantes atingiu uma máxima histórica em dezembro, com 249.785 prisões na divisa mexicana, um aumento de 31% em relação a novembro e de 13% em relação a dezembro de 2022, o recorde anterior

Sobre este assunto, Trump não poupou esforços para atacar o adversário e a todo momento que tinha oportunidade tocava neste tópico. O candidato do partido republicano falou que Biden criou empregos para imigrantes ilegais e ressaltou que tinha a fronteira mais segura da história do país, além de acusar Biden de “abrir a fronteira para criminosos e terroristas”. O democrata, por sua vez, se defendeu dos ataques e refutou que entraram criminosos e terroristas pelas fronteiras.

Aborto

Esse assunto é encarado como a questão social de maior discussão para os democratas, e foi por isso que Biden se mostrou mais ativo nessa discussão e apontando dedos para Trump. A todo momento o presidente destacou que a decisão do aborto é uma conversa entre a mulher e o médico e que os políticos não podem tomar decisões sobre a saúde da mulher.

Já Trump se mostrou mais ponderado nesse tema, o qual é importante para tentar angariar votos de pessoas que ainda estão indecisas ou mais indicadas a votar em Biden. O ex-presidente falou que não irá proibir medicamentos e que sua intenção sempre foi dar a cada Estado o poder de determinar suas próprias leis sobre o assunto. Ele também comentou que é a favor do aborto em casos de crime, como estupros, mas disse que Biden é radical por ser a favor do aborto em qualquer situação.

Biden se defendeu das acusações, citou os casos de muitas mulheres que são estupradas e não tem mais o direto do aborto e se mostrou contrário a deixar o poder na mão dos Estados ao apoiar uma Lei Federal sobre o assunto.

Política externa

As guerras entre Rússia e Ucrânia e Israel e Palestina também ganharam espaço no debate, também com ataques de um ao outro.

Sobre a guerra no leste europeu, Biden acusou Trump de encorajar Putin a fazer o que ele quisesse e foi além ao afirmar que o presidente da Rússia quer restabelecer o império soviético e dominar os países da região. Nesta questão, Trump disse que o democrata não é respeitado e por isso Putin invadiu a Ucrânia. Ele ainda chegou a dizer que é culpa de Biden a Rússia ter invadido a Ucrânia e que já teria resolvido a questão se fosse presidente.

No Oriente Médio, o republicano também colocou a culpa no democrata, o qual falou que é o grande apoiador de Israel, que quer eliminar o Hamas, mas citou que é preciso ter cuidado com a questão humanitária.

Invasão ao Capitólio e resultado das eleições

Como era de se esperar, Trump evitou falar sobre esse assunto, se defendeu e a todo momento tentava atrair a atenção para outras questões, mas argumentou que solicitou mais segurança para aquele dia. Quando questionado se aceitaria o resultado das eleições, disse que sim, contudo que fossem justas e limpas, apesar de ter tentado se esquivar da pergunta.

Biden aproveitou a ocasião e foi incisivo contra Trump. Disse que o republicano não pediu para que as pessoas parassem a invasão e, para finalizar, foi contundente sobre o fracasso do ex-presidente em admitir a derrota há quatro anos: “Você não suporta a derrota”.

Quem é o melhor no golfe?

Assim como em todos os debates eleitorais, tivemos um momento particular entre Biden e Trump quando os dois começaram a discutir quem é melhor no golfe. O momento rendeu piadas nas redes sociais e para analistas internacionais é por momentos como esse que não é difícil compreender a razão de os eleitores dizerem nas pesquisas de opinião que não querem participar na escolha que lhes foi oferecida este ano.

A eleição americana ocorre somente em novembro e até lá muita coisa ainda irá acontecer. O debate ocorreu antes mesmo de cada americano ser formalmente nomeado nas suas respectivas convenções e a repercussão pode impactar os rumos. Por fim, depois do embate, o visual apático de Biden e sua performance no início do debate não tranquilizou o Partido Democrata e alguns correspondentes comentaram que membros partidários começaram a discutir uma possível substituição do candidato na corrida presidencial, apesar de não ser uma decisão fácil.

O “Segundo capítulo: a revanche” entre Trump e Biden está apenas começando.

Neste link, você consegue acompanhar o debate, em inglês, na íntegra.


Este é um texto apartidário e tem por objetivo apenas informar sobre as eleições americanas, sem nenhuma preferência, inclinação ou envolvimento com partidos, ideologias ou debates políticos.

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