Esfera Brasil | Técnica e política na corda bamba da sustentabilidade fiscal

Esfera Brasil | Técnica e política na corda bamba da sustentabilidade fiscal

(Tempo de leitura: 5 minutos)

O que você precisa saber:
A disputa entre Executivo e Legislativo sobre o gasto público destaca a importância da colaboração entre ambos. O Ploa 2025 enfrenta limitações, com a maioria das despesas sendo obrigatórias. O Congresso corrige falhas do Executivo, buscando garantir sustentabilidade e equilíbrio. Superar rivalidades é essencial para uma aplicação eficiente dos recursos públicos.


Por senador Angelo Coronel, relator do Orçamento 2025

A disputa entre Executivo e Legislativo sobre quem define melhor o gasto público ignora um fato crucial: ambos os Poderes são técnicos e políticos, mas só juntos garantem equilíbrio.

O Projeto de Lei Orçamentária (Ploa) 2025, enviado pelo governo com premissas de crescimento de 2,64% do Produto Interno Bruto (PIB) e inflação de 3,3%, já nasce engessado: 92,2% das despesas são obrigatórias, deixando míseros 7,8% (R$ 230 bilhões) para decisões discricionárias. O Executivo, ao alegar supremacia técnica, esquece que seu próprio projeto é amplamente contestado por órgãos federais, que imploram ajustes a este relator. Se a proposta fosse imune a falhas, por que tanta pressão por revisões?

O próprio Executivo, ao enviar o Ploa, subestimou riscos. O salário mínimo projetado ignorava estimativas mais realistas do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) – cada 1 ponto percentual extra custa até R$ 10 bilhões. Já o Benefício de Prestação Continuada (BPC), com dotação de R$ 112,9 bilhões, não cobre o estoque de 431 mil requerimentos pendentes. E o corte de R$ 3 bilhões no Auxílio Gás, dependente de manobra contábil questionável, expõe a fragilidade da proposta original.

O Congresso não é um mero “revisor político”. Com mais de 500 consultores especializados – muitos ex-gestores do Executivo –, a Casa analisa cada linha do Orçamento com rigor. Em 2024, a aprovação em tempo recorde do complexo pacote de corte de gastos mostrou essa capacidade técnica: as novas regras protegeram benefícios sociais do crescimento descontrolado e travaram incentivos tributários em caso de déficit. O impacto é claro: sem essas medidas, o teto de gastos para 2025 já estaria comprometido.

Agora, o desafio é aprovar o Orçamento 2025 na Comissão Mista de Orçamento (CMO), que tem até a última terça-feira de março para concluir seu trabalho. Será preciso equilibrar as demandas: de um lado, o mercado desconfia da receita estimada (R$ 2,349 trilhões), acima das projeções do Prisma Fiscal (R$ 2,275 trilhões). De outro, a pressão por investimentos mínimos de 0,6% do PIB (R$ 74,3 bilhões), essenciais para não estrangular o crescimento.

A lição do pacote de corte de gastos é clara: técnica sem política é miopia. O Executivo escolheu prioridades ao enviar o Ploa, mas cabe ao Legislativo corrigir distorções e garantir sustentabilidade.

O Congresso não é um adversário – é um parceiro que ouve prefeitos, governadores e a sociedade. Se o Orçamento fosse apenas uma planilha, não precisaríamos de democracia.

À classe produtiva, que busca previsibilidade e racionalidade na aplicação de recursos públicos, cabe reforçar: a modernidade está em abandonar rivalidades. O Brasil não suporta mais Orçamentos feitos em gabinetes fechados. Técnica e política são faces da mesma moeda – a que paga o preço do futuro.

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O – primeiro – grande dia de Gabriel Galípolo chegou

O – primeiro – grande dia de Gabriel Galípolo chegou

(tempo de leitura: 3 minutos)

O que você precisa saber:
Gabriel Galípolo assumiu a presidência do Banco Central e terá o seu primeiro grande dia. Assim como hoje, Galípolo estará no centro dos holofotes por muito tempo.


Gabriel Galípolo começou 2025 como o novo presidente do Banco Central, e o dia do seu primeiro grande teste no cargo chegou. Será a sua estreia na decisão de juros como líder da autoridade monetária, o que certamente o colocará novamente no centro dos debates econômicos.

Galípolo iniciou sua trajetória no governo Lula como secretário-executivo do Ministério da Fazenda e chamou rapidamente a atenção. Seu desempenho agradou tanto que, em pouco tempo, foi nomeado diretor de política monetária do Banco Central, pavimentando seu caminho para a presidência da instituição.

Apesar de sua boa relação com Lula e o ministro Haddad, sua indicação foi recebida com desconfiança inicial. A principal preocupação girava em torno de como Galípolo atuaria em um Banco Central independente, dado seu vínculo próximo com o Executivo. Esse receio foi amplificado pelas críticas de Lula a Roberto Campos Neto, que mantinha a Selic elevada, e por declarações que sugeriam uma possível interferência na política monetária.

O maior sinal de alerta surgiu em maio, quando a taxa básica de juros foi reduzida de 10,75% para 10,50%. Na ocasião, Galípolo votou por um corte de 0,50 p.p., enquanto Campos Neto preferia uma redução de 0,25 p.p. Essa divergência levantou questionamentos no mercado sobre se, como presidente, Galípolo seria mais flexível em relação à situação fiscal e às metas de inflação, cedendo à pressão política.

No entanto, tanto Galípolo quanto Lula reiteraram que ele teria plena autonomia no cargo. Além disso, nas reuniões subsequentes, ficou claro que suas decisões seguiram critérios técnicos. Apesar da desconfiança inicial, os indicados de Lula na diretoria só divergiram de Campos Neto uma única vez – no episódio mencionado.

A última reunião de 2024 – e também a última de Campos Neto como presidente do BC – resultou em um aumento de 1 ponto percentual nos juros, com previsão de mais dois aumentos da mesma magnitude nas reuniões seguintes. A expectativa é que a taxa de juros alcance 14,25% em março, o que traz um desafio ainda maior para Galípolo. Os juros elevados podem dificultar o crescimento econômico esperado para os próximos anos, aumentando a pressão sobre o governo, especialmente em um cenário que antecipa uma possível corrida pela reeleição de Lula, enquanto o Banco Central tenta conter a inflação que entra em 2025 em alta, após estourar o teto da meta no ano anterior.

Assim, Galípolo assume o comando do Banco Central com o apoio do governo e a promessa de autonomia para conduzir a política monetária. Sua atuação será acompanhada de perto, com a expectativa de que suas decisões sejam sempre baseadas em critérios técnicos.

Se fôssemos ingleses ou parlamentaristas, o Lula já teria caído.

Se fôssemos ingleses ou parlamentaristas, o Lula já teria caído.

Explicação da ascensão e queda de Liz Truss como primeira ministra do Reino Unido.

Liz Truss caiu como primeira ministra do Reino Unido devido a uma combinação de fatores políticos, econômicos e de liderança. Aqui estão as principais razões:

  1. Plano Econômico Mal Recebido

    Liz Truss e seu então Ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, anunciaram um “mini orçamento” em setembro de 2022 que incluía cortes significativos de impostos, especialmente para os mais ricos, sem apresentar um plano claro de como financiar essas medidas. A proposta gerou forte reação negativa nos mercados financeiros, resultando em uma queda acentuada na libra esterlina e no aumento dos juros dos títulos do governo britânico (Gilts).

  2. Perda de Confiança nos Mercados
    O plano foi percebido como fiscalmente irresponsável, especialmente em um momento de alta inflação e incertezas econômicas globais. O Banco da Inglaterra foi forçado a intervir para estabilizar o mercado de títulos e proteger fundos de pensão, o que evidenciou ainda mais a falta de confiança no governo de Truss.

  3. Falta de Apoio Político
    Dentro do Partido Conservador, muitos parlamentares ficaram insatisfeitos com as decisões econômicas de Truss, que contradiziam promessas feitas no manifesto do partido. Sua liderança foi rapidamente enfraquecida, com demissões e renúncias de aliados importantes, incluindo Kwasi Kwarteng, substituído por Jeremy Hunt.

  4. Crise de Liderança
    Truss foi criticada por sua incapacidade de comunicar e defender sua visão econômica, agravando a percepção de falta de preparo para lidar com as crises. Ela recuou em várias das medidas anunciadas, o que minou ainda mais sua credibilidade como líder.

  5. Instabilidade no Partido Conservador
    O Partido Conservador estava dividido e sob intensa pressão após anos de instabilidade política, incluindo o mandato de Boris Johnson. A queda de Truss foi vista como uma tentativa do partido de conter os danos antes das próximas eleições gerais.

Resultado:

Liz Truss anunciou sua renúncia em outubro de 2022, após apenas 44 dias no cargo, tornando-se a primeira ministra com o mandato mais curto da história do Reino Unido. Sua queda simbolizou um colapso da confiança em sua liderança e em sua abordagem econômica, deixando uma tarefa difícil para seu sucessor, Rishi Sunak, que herdou uma economia fragilizada e um partido dividido.

22/09/2022. London, United Kingdom. Official Portrait of Prime Minister Liz Truss in No10 Downing Street.
Picture by Simon Dawson / No 10 Downing Street


Linha do Tempo da Queda de Liz Truss

6 de setembro de 2022: Posse como primeira ministra
Liz Truss é nomeada primeira ministra pelo Rei Charles III após vencer a eleição interna do Partido Conservador, derrotando Rishi Sunak. Promete implementar políticas de cortes de impostos e crescimento econômico, alinhadas à sua visão de “Trussnomics”.

8 de setembro de 2022: Morte da Rainha Elizabeth II
Apenas dois dias após a posse, a Rainha Elizabeth II falece, mergulhando o país em luto nacional. As atividades políticas são adiadas, e Liz Truss faz um discurso de homenagem à monarca.

23 de setembro de 2022: Anúncio do “Mini Orçamento”
O Ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, apresenta um pacote econômico que inclui: cortes de impostos para os mais ricos, cancelamento do aumento de impostos sobre empresas e isenção do teto para bônus de banqueiros. O plano não inclui previsão de custos nem consulta ao Escritório de Responsabilidade Orçamentária (OBR), o que gera incerteza nos mercados financeiros.

26 de setembro de 2022: Crise nos Mercados Financeiros
A libra esterlina cai para uma mínima histórica em relação ao dólar. Os juros dos títulos do governo britânico disparam, aumentando os custos de financiamento. Fundos de pensão enfrentam risco de colapso devido à volatilidade nos mercados.

28 de setembro de 2022: Intervenção do Banco da Inglaterra
O Banco da Inglaterra intervém no mercado de títulos, comprando Gilts para estabilizar o sistema financeiro. A medida reforça a percepção de que o governo de Truss perdeu o controle da economia.

3 de outubro de 2022: Recuo no Corte de Impostos para os Mais Ricos
Liz Truss e Kwasi Kwarteng voltam atrás na proposta de eliminar a alíquota de 45% do imposto de renda para os mais ricos, após forte pressão pública e de parlamentares conservadores. O recuo é visto como uma humilhação para o governo.

14 de outubro de 2022: Demissão de Kwasi Kwarteng
Kwasi Kwarteng é demitido como Ministro das Finanças, tornando-se o segundo a ocupar o cargo em menos de um ano. Jeremy Hunt é nomeado para o cargo e rapidamente desfaz a maior parte das políticas econômicas de Truss.

17 de outubro de 2022: Jeremy Hunt Reverte o Mini Orçamento
Jeremy Hunt anuncia o cancelamento de quase todas as medidas econômicas propostas no “mini orçamento”, incluindo os cortes de impostos e os subsídios de energia a longo prazo. Truss perde ainda mais credibilidade política, com Hunt assumindo, na prática, o controle da política econômica.

19 de outubro de 2022:Caos no Parlamento
Durante uma votação sobre fracking, surgem relatos de que parlamentares conservadores foram coagidos a apoiar o governo. A crise de liderança se aprofunda, com críticas à gestão de Truss.

20 de outubro de 2022: Renúncia
Após apenas 44 dias no cargo, Liz Truss anuncia sua renúncia como primeira ministra, tornando-se a chefe de governo com o mandato mais curto da história do Reino Unido.

25 de outubro de 2022: Rishi Sunak Assume o Cargo
Rishi Sunak é eleito líder do Partido Conservador e se torna o novo primeiro-ministro do Reino Unido.



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Este é um conteúdo Portofino Multi Family Office e não possui nenhuma intenção política ou partidária.

Esfera Brasil | Tarcísio será presidente em 2030, afirma Kassab

Esfera Brasil | Tarcísio será presidente em 2030, afirma Kassab

(Tempo de leitura: 5 minutos)

O que você precisa saber
Gilberto Kassab comentou sobre o cenário para as eleições de 2026 e também analisou o momento de sucessão no Congresso.


Por Esfera Brasil

Em nosso encontro com empresários na terça-feira, 19, Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD e secretário de Governo e Relações Institucionais de São Paulo, voltou sua fala principal ao governador Tarcísio de Freitas, a quem rasgou elogios. Kassab, que tem em seu currículo posições como prefeito de São Paulo e ministro de Estado, afirmou com veemência que “Tarcísio vai se eleger [presidente do Brasil] em 2030”. “E eu não vejo adversário”, acrescentou.

Líder do partido que mais fez prefeitos em 2024, Kassab é um notório cacique da política brasileira. Por seu conhecimento, recebeu perguntas sobre possíveis candidatos diante do cenário ainda nebuloso que se desenha para 2026. Na opinião dele, Tarcísio pode, mas não deve se lançar candidato à Presidência ainda — mesmo diante das incertezas de Lula.

“Ele tem uma pedrinha no caminho chamada ‘Bolsonaro’. Bolsonaro já avisou, nas entrevistas que ele dá, que é candidato de qualquer jeito e que o problema do Tarcísio é São Paulo”, disse. “Tarcísio, para ser candidato, precisa renunciar daqui a um ano. Como ele vai anunciar que vai renunciar com essa postura do Bolsonaro?”, complementou com uma pergunta.

Ainda sobre 2026, Kassab afirmou que, caso Lula e Tarcísio sejam os nomes do pleito, é possível que o PSD não apoie nenhum dos dois e lance um terceiro candidato. “O objetivo do PSD sempre será ter candidato próprio”.

Sucessão no Congresso

O presidente do PSD não vê Lula desgastado no Congresso, pelo contrário: acredita que a escolha de Hugo Motta como principal candidato à sucessão de Arthur Lira na presidência da Câmara só aconteceu porque houve o apoio de Lula.

“Quem está fazendo o Hugo Motta é o Lula. Porque, se Lula apoiasse Elmar [Nascimento], Elmar estaria eleito. Se Lula apoiasse Antonio Brito, Antonio Brito estaria eleito. Então Hugo Motta, com certeza, não vai criar nenhum problema para Lula”, avaliou. Quanto à sucessão no Senado, que tem Davi Alcolumbre como principal nome, Kassab acredita que também há a interferência de Lula, mesmo que, nesse caso, a estratégia tenha sido não fortalecer qualquer alternativa a Alcolumbre.

Na opinião de Kassab, Lula ainda tem força e pode ser reeleito em 2026 — mas isso dependeria de ajustes na economia. “Lula vai ter que definir agora qual é a dele, qual é o caminho dele. É o populismo, é o gasto, ou ele vai querer um país com equilíbrio fiscal e vai se dirigir mais ao centro?”, indagou. “E se ele fizer um pacote razoável — eu torço para que faça —, sinalizando para o equilíbrio fiscal, eu acredito que ele não vai ter problemas no Congresso”.

Segundo declaração dada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na segunda-feira, 18, o tão aguardado pacote de cortes de gastos do governo está definido, mas seu anúncio ainda depende de retorno do Ministério da Defesa. Especialistas estimam que o pacote pode chegar a um valor entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões nos orçamentos de 2025 e 2026.

Governador?

Quando questionado se tentaria ser governador de São Paulo, cadeira hoje ocupada por Tarcísio, Kassab respondeu que acha ter preparo para o cargo. “Eu gostaria, sim, de ter essa oportunidade, seria o coroamento de uma carreira. Mas é uma vontade que não pode ser traduzida numa obstinação”, relatou.

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Esfera Brasil | Eleições municipais e os desafios nas relações institucionais

Esfera Brasil | Eleições municipais e os desafios nas relações institucionais

(Tempo de leitura: 5 minutos)

O que você precisa saber
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, escreveu sobre como as eleições municipais de 2024 no Brasil tiveram uma alta taxa de reeleição, impulsionada pela estabilidade econômica e pelos repasses de recursos aos municípios.


Por Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais

As eleições municipais deste ano tiveram como grande marca a maior taxa de reeleição – que chegou a 82% – desde a institucionalização do instrumento eleitoral no Brasil. 

Um dos aspectos que mais colaboram para este contexto é o cenário de estabilidade econômica. Medidas macroeconômicas sólidas, sobretudo as relacionadas à retomada do crescimento, a reduzidas taxas de desemprego e ao controle inflacionário, são retroalimentadas pelo setor produtivo, que, por sua vez, tem ampliado as margens de investimento referentes a receitas líquidas.

O ambiente institucional de respeito entre os Poderes e os entes federativos, ainda que possuam visões distintas em algumas questões, não pode ser ignorado. O avanço da reforma tributária no Congresso Nacional é talvez a expressão mais clara de uma verdadeira pactuação nas pautas prioritárias do Brasil. Mas não é a única.

Respeitar o pacto federativo garantiu que mesmo os menores municípios possuam meios para implementar programas e ações fundamentais para a população, com impactos positivos para os mandatários locais.

O terceiro mandato do presidente Lula assumiu seu papel municipalista e, em 1 ano e 10 meses de gestão, encaminhou aos municípios brasileiros cerca de R$ 67 bilhões a mais de recursos livres oriundos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb).

O valor também se refere a uma economia na despesa com pessoal nos municípios em decorrência do acordo para desoneração da folha da previdência. Esses recursos injetados nos fundos municipais, um recurso livre para que o prefeito possa administrar seu município, ampliou os serviços e as contratações, permitindo aos gestores realizar entregas à população. Os repasses diretos reforçaram a máquina municipal em diversas cidades, que ainda foram beneficiadas pela retomada de investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); do Minha Casa, Minha Vida; na saúde; e na educação.

As eleições de 2024 também foram um recado claro de que parte considerável da população rejeita figuras extremistas e que solidificaram suas imagens públicas e políticas por meio da disseminação de fake news. Grandes cidades como Rio de Janeiro, Recife, Fortaleza, Belo Horizonte e Belém sinalizaram de modo muito claro que rejeitam essas figuras que em nada têm contribuído para a civilidade e o debate democrático em nosso país.

Neste novo ciclo de mandatos nas prefeituras, queremos continuar levantando pontes entre a União e os municípios, reforçando a boa relação com prefeitos e prefeitas. Além de levar investimentos e garantir recursos, o governo apoiará a transição dos novos mandatários, tanto os eleitos pela primeira vez quanto os reeleitos.

O Manual de Transição Municipal fornece aos gestores municipais um roteiro para conduzir processos fundamentais para a administração de uma cidade. 

Os desafios são enormes, mas é na ponta, nos municípios, que as pessoas podem ver de forma mais concreta os resultados da política em sua vida. Continuaremos a atuar de modo diligente com a coisa pública, garantindo que a estabilidade institucional alcançada nesses quase dois anos de gestão seja um motor para a melhoria na vida de quem mais precisa em cada município deste País de dimensões continentais.

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Esfera Brasil | “É possível conciliar equilíbrio fiscal e investimento”, diz ministro

Esfera Brasil | “É possível conciliar equilíbrio fiscal e investimento”, diz ministro

(Tempo de leitura: 4 minutos)

O que você precisa saber
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, participou de um encontro em São Paulo e comentou sobre o cumprimento da meta fiscal, reafirmando que é possível conciliar com grandes investimentos.


Por Esfera Brasil

Em encontro conosco em São Paulo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que a busca pelo cumprimento da meta fiscal e a realização de grandes investimentos são conciliáveis, principalmente com o apoio da iniciativa privada em parcerias e concessões. Ele acredita que o Brasil deve aproveitar o fortalecimento da imagem perante à comunidade internacional para atrair grandes projetos nos setores de infraestrutura e logística, sem deixar de lado o protagonismo na pauta energética.

“É possível conciliar o equilíbrio fiscal sem abrir mão do investimento. Governei a Bahia durante oito anos e terminei meu mandato fazendo o maior investimento, de 14% da Receita Corrente Líquida, em um estado que é a décima arrecadação do Brasil”, frisou.

Ainda que Costa tenha lançado um olhar otimista sobre o futuro e defendido mudanças no arcabouço legal existente, como a nova lei para parcerias público-privadas – que prevê a remoção de barreiras ao ambiente de negócios –, os desafios da agenda econômica se impõem. Na quarta-feira, 23, o Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentou projeção apontando que o endividamento bruto do País deve passar de 97,6% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos cinco anos. Na mesma apresentação, o FMI projeta resultado positivo para o resultado primário somente em 2027, com 0,1%, o que deve fazer crescer o apelo por corte de despesas nas próximas semanas.

Citando o auxílio emergencial concedido a moradores do Rio Grande do Sul devido às fortes chuvas de abril e também os gastos atuais com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que chegam a R$ 100 bilhões, Rui Costa reconheceu a importância das políticas de transferência de renda e disse que o governo tem trabalhado para aumentar a fiscalização e coibir fraudes nesses programas.

Competitividade no exterior

Ao afirmar que o Brasil é um player importante na produção de proteína animal, Rui Costa fez um chamado à classe produtiva. Na visão dele, o crescimento do País depende da participação de toda a sociedade, e o momento atual — em que as guerras no Leste Europeu e no Oriente Médio afetam cadeias de suprimentos em todo o planeta — favorece a presença de bens e serviços brasileiros no exterior.

Também na quarta-feira, ele esteve em um compromisso com representantes do governo suíço no qual que detalhou a carteira de investimentos e projetos de infraestrutura que constam no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

“O País não pertence aos políticos, pertence às pessoas que moram nele. Formadores de opinião e empresários têm responsabilidade acima da média do que as outras pessoas”, argumentou.

Segundo Rui Costa, parte da estratégia para impulsionar o crescimento nos próximos anos e promover melhorias na qualidade de vida da população e no ambiente de negócios consiste em divulgar o Brasil no exterior para atrair capital estrangeiro, principalmente em títulos da dívida pública, e provocar uma redução na taxa de juros, o que facilita o acesso ao crédito.

“Governos são muito curtos. Nenhuma nação do mundo conseguiu superar suas dificuldades fazendo planejamento de quatro anos, para um governo. O planejamento de Estado só se realiza quando há engajamento da sociedade”, afirmou. “O mundo todo está olhando para o Brasil. Todos querem investir no Brasil. E, aqui, não tem ninguém pedindo para abraçar o governo. É preciso abraçar o País”, acrescentou.

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