O que você precisa saber: O IBGE divulgou os dados mais recentes de inflação. Neste texto, o nosso sócio e Portfolio Manager, Thomás Gibertoni, analisou o resultado apresentado.
O IPCA, que mede a inflação oficial do país, subiu apenas 0,26% em maio, abaixo do esperado pelos economistas (0,32%) e menos que o registrado em abril (0,43%). Com isso, a inflação acumulada em 12 meses caiu de 5,53% para 5,32%, reforçando sinais de desaceleração.
O que ajudou a segurar os preços?
Alimentos em casa: ficaram praticamente estáveis (0,02%), com queda expressiva nos preços de hortaliças e legumes (-1,98%).
Produtos industriais: desaceleraram (0,06%), especialmente itens como higiene pessoal e roupas.
Combustíveis: registraram queda (-0,72%), puxada principalmente pela gasolina.
Por outro lado, a conta de luz subiu 3,62% devido à bandeira tarifária amarela, limitando uma queda maior no índice.
Inflação “mais controlada” dá fôlego ao BC
Os números de maio confirmam uma melhora na composição da inflação, com itens monitorados de perto pelo Banco Central (como serviços e produtos industriais) mostrando desaceleração maior que o previsto. Embora alguns setores ainda apresentem pressão nos preços, o cenário é mais favorável do que em meses anteriores.
Final do ciclo de aumento de juros
A queda na inflação reforça a expectativa de que o Banco Central possa encerrar seu ciclo de aumento dos juros em breve, trazendo alívio para os consumidores e empresas. Apesar dos desafios econômicos, o dado de maio é um sinal positivo para a política monetária.
Thomás Gibertoni Sócio | Portfolio Manager
É formado em Administração pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e possui certificações CGA e CGE. Thomás passou pelo Banco Santander e antes de chegar à Portofino foi Portfolio Manager na Claritas Investimentos.
O que você precisa saber: Depois de ficar praticamente estável no último trimestre de 2024 (com crescimento de apenas 0,1%), o PIB do Brasil cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025. O resultado foi um pouco abaixo do esperado pelo mercado (que previa 1,5%), mas ainda assim positivo, deixando uma base sólida para o ano, com possível crescimento programado de 2,2% para o ano.
Setores que impulsionaram o crescimento
Agropecuária: teve um desempenho excepcional, crescendo 12,2% em relação ao trimestre anterior.
Serviços: também acelerou, passando de 0,2% no último trimestre de 2024 para 0,3% no primeiro trimestre de 2025.
Indústria: registrou leve queda (-0,1%), puxada principalmente pela indústria de transformação e pela construção civil.
Pelo lado da demanda
Investimentos (formação bruta de capital fixo): cresceram 3,1%, um ritmo muito mais forte que no trimestre anterior (0,7%).
Consumo das famílias: aumentou 1,0%, recuperando-se após uma queda de 0,9% no trimestre anterior.
Consumo do governo: desacelerou, mas ainda teve um pequeno crescimento (0,1%).
Os dados do PIB trazem sinais mistos
Por um lado, o crescimento ficou abaixo do esperado e foi muito influenciado pelo agronegócio, um setor menos sensível aos ciclos econômicos.
Por outro, setores importantes para a economia, como serviços e consumo das famílias, voltaram a crescer, o que desafia a ideia de que a desaceleração econômica ajudaria a controlar a inflação.
No geral, a economia brasileira ainda está em movimento, mas o ritmo de crescimento deve diminuir aos poucos. No entanto, esse cenário pode não ser suficiente para que a inflação caia dentro do prazo esperado pelo Banco Central.
Thomas Gibertoni Sócio | Portfolio Manager
É formado em Administração pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e possui certificações CGA e CGE. Thomás passou pelo Banco Santander e antes de chegar à Portofino foi Portfolio Manager na Claritas Investimentos.
Ontem à noite, o presidente Lula assinou o Decreto nº 12.466 de 2025, que aumentou as alíquotas de IOF/Câmbio, IOF/Crédito e IOF/Seguros. O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é um imposto que pode ser alterado sem a necessidade de respeitar as regras de anterioridade (como a virada do ano ou a noventena). Para a maioria das mudanças publicadas, a vigência é imediata. Ou seja, as novas alíquotas de IOF já estão em vigor a partir de hoje.
Na imagem, apresentamos um resumo das principais alterações no IOF/Câmbio, que impactam pessoas físicas — especialmente nas movimentações realizadas pelos nossos clientes.
Como regra geral, o governo estabeleceu uma alíquota padrão de 3,5% para o envio de recursos ao exterior e de 0,38% para o retorno desses recursos ao Brasil. Há, ainda, isenções e alíquotas específicas para situações expressamente definidas no decreto.
Há uma alíquota reduzida de 1,1% para operações de câmbio com “finalidade de investimento”, embora o decreto não detalhe os critérios de enquadramento. Será necessário demonstrar que a operação se enquadra nessa finalidade. Provavelmente será essa a alíquota de câmbio utilizada para recursos enviados ao exterior que são diretamente investidos (em geral, mediante envio de comprovação ao banco de que o investimento foi realizado).
Para aumento de capital em empresas no exterior, nos parece que o mesmo “câmbio” de 1,10% poderá ser utilizado, desde que acompanhado de uma ata de aumento de capital com a indicação expressa de que a finalidade é investir na offshore.
Entendemos que esse racional seja aplicável, mas a aplicação prática também dependerá do entendimento dos bancos, que realizam as operações de câmbio e são responsáveis pelo recolhimento do imposto.
Quanto ao IOF/Seguros, o governo determinou que aportes mensais em VGBL com valor superior a R$ 50 mil estarão sujeitos à alíquota de 5%. Até o momento, essa regra está em vigor.
Existe a possibilidade de a FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida) se mobilizar para tentar reverter a aplicação dessa alíquota de 5%.
Estamos acompanhando o tema de perto e informaremos a todos sobre novas atualizações.
O que você precisa saber: O IBGE divulgou os dados mais recentes de inflação. Neste texto, o nosso sócio e Portfolio Manager, Thomás Gibertoni, analisou o resultado apresentado.
O IPCA (índice oficial de inflação) de abril ficou em 0,43%, um pouco acima do esperado pelo mercado (0,42%) e um pouco menor que o registrado em março (0,56%). No entanto, no acumulado dos últimos 12 meses, a inflação subiu para 5,53%, ante 5,48% no mês anterior.
O que ajudou a segurar a inflação
Queda no preço de passagens aéreas (-14,15%) e combustíveis (-0,45%).
Alimentos em casa subiram menos (0,83%), com destaque para itens como ovos e café, que caíram (-1,29%) ou subiram menos (4,48%) após altas recentes.
O que pressionou a inflação
Bens industriais (como roupas e eletrônicos) subiram 0,62%, influenciados pelo fim de promoções e trocas de coleção (vestuário: +1,02%).
Medicamentos tiveram reajuste (2,32%), algo comum em abril.
Preocupação com serviços e núcleo da inflação
Os preços de serviços essenciais e a média dos núcleos de inflação (que excluem itens voláteis) praticamente não recuaram (0,61% e 0,51%, respectivamente), indicando que a inflação mais persistente segue alta. Em termos anualizados, alguns indicadores até aceleraram (7,8%), enquanto outros se mantiveram em patamares elevados (6,2%).
Surpresas no resultado
Alimentos em casa ficaram um pouco mais baratos do que o esperado, principalmente legumes e verduras.
Serviços pessoais (como educação e saúde) ficaram mais caros (+2 bps), piorando a qualidade geral do resultado.
Conclusão
A inflação de abril manteve-se em níveis preocupantes, especialmente nos setores mais resistentes a quedas (como serviços). Apesar de o Banco Central ter sinalizado uma possível pausa nos aumentos de juros, o cenário atual—com inflação alta e sem sinais claros de melhora—reforça a necessidade de manter os juros elevados por enquanto. Não há condições para discutir cortes na taxa de juros em 2025.
Thomás Gibertoni Sócio | Portfolio Manager
É formado em Administração pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e possui certificações CGA e CGE. Thomás passou pelo Banco Santander e antes de chegar a Portofino foi Portfolio Manager na Clarita Investimentos.
O que você precisa saber: O mercado de M&A no Brasil começa a dar sinais de retomada, com foco em setores como tecnologia e energia. Em um cenário ainda cauteloso, investidores buscam negócios mais sólidos e sustentáveis, deixando de lado o crescimento a qualquer custo.
Depois de um período mais tímido, o mercado de fusões e aquisições começa a mostrar sinais de que está, pouco a pouco, voltando ao jogo. Ainda sem atingir os volumes pré-2022, é verdade, mas o sentimento é de que a maré está mudando.
Em 2024, o Brasil registrou mais de 1,5 mil operações – uma clara recuperação após dois anos de desempenho mais fraco. As negociações entre empresas brasileiras lideraram o movimento, com 981 casos, seguidas por transações com capital estrangeiro adquirindo companhias nacionais, que somaram 394. O retrato é de um mercado que segue amadurecendo e se consolidando como um dos mais dinâmicos da América Latina.
Apesar dos números positivos para o mercado, o aumento da taxa de juros e as questões fiscais e políticas que pairam sobre Brasília foram desafios para o ritmo das transações — especialmente nos setores mais sensíveis às mudanças macroeconômicas.
A perspectiva para 2025, entretanto, é a de que os investidores estratégicos e os fundos de private equity, que haviam pisado no freio, voltem a demonstrar interesse. E não de forma indiscriminada: tecnologia e energia seguem no centro das atenções, mas com uma postura mais criteriosa.
“A palavra de ordem, no entanto, é seletividade”, analisa Luiz Guimarães, sócio Portofino da área de M&A (Fusões e Aquisições, em português). “O apetite está mais exigente. Se antes o mercado parecia hipnotizado por promessas de crescimento acelerado, hoje os olhos se voltam para empresas resilientes, com boa geração de caixa e fundamentos sólidos. O ‘crescer a qualquer custo’ perdeu brilho — o que importa agora é o quanto esse crescimento se sustenta de pé. O sentimento geral? Cautela com viés positivo”, conclui.
Bruna Furlani e Maria Fernanda Salinet – Valor Econômico
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Sinalizações mais positivas vindas do exterior potencializaram os ganhos do Ibovespa na sessão de ontem e fizeram o índice fechar em alta firme de 1,39%, aos 129.454 pontos. A suspensão temporária das tarifas recíprocas sobre eletrônicos da China, anunciada pelos Estados Unidos, deu o primeiro impulso ao índice no começo do dia, ao favorecer a busca por ativos de risco ao redor do mundo.
Falas de diretores do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que aventaram sobre a possibilidade de um corte mais intenso de juros, caso o governo adote uma política tarifária mais dura, também ajudaram a ampliar os ganhos do índice, apoiado pelo recuo dos juros futuros.
Segundo operadores, indícios de compras de investidores estrangeiros nos papéis da Petrobras também ajudaram o índice na sessão. As ações da estatal encerraram ontem com movimento misto: as ordinárias fecharam em alta de 0,21%, enquanto as preferenciais terminaram em queda de 0,38%. Participantes do mercado afirmam que desempenhos díspares como esse costumam ocorrer quando há compra de investidores internacionais, já que os recibos de ações negociados em Nova York (ADRs) do papel ordinário da petroleira tendem a ser mais líquidos.
“Trump deixou claro que a intenção é levar o trabalho até o final. Porém, o formato final ninguém sabe”.
A sessão também foi de alta dos papéis da Vale, que subiram 1,30%. A busca por ações com grande representação no Ibovespa, caso de Petrobras e da mineradora, ocorreu mesmo em um dia volátil para algumas commodities. Ontem, as cotações do petróleo oscilaram após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisar para baixo sua projeção para a demanda global da commodity neste ano e no ano que vem.
Em meio a um cenário em que o mercado precifica uma desaceleração mais profunda da atividade global, o sócio da Portofino Multi Family Office, Adriano Cantreva, avalia que os agentes financeiros devem diminuir o interesse por commodities, como o petróleo. “O Trump citou que deve aumentar a produção americana e é esperado um menor uso [da commodity] com a eletrificação. Esses dois fatores já diminuem a demanda por petróleo. Se ainda tivermos uma recessão, não vejo um cenário positivo para petróleo”, resume.
Apesar da subida vista ontem nos mercados acionários, como o Ibovespa, a avaliação de agentes financeiros é que os alívios a “conta-gotas” de Donald Trump não são capazes de afastar totalmente o receio com os próximos passos do líder republicano. “Trump deixou muito claro que a intenção do governo é levar o trabalho até o final. Porém, o formato final ninguém sabe. O sentimento é um pouco de alívio porque o primeiro dia [Liberation Day] foi um ‘desastre’, mas não há segurança de um final feliz”, resume Cantreva.
Diante das incertezas que existem no radar, a Portofino tem adotado uma posição mais neutra em juros e bolsa brasileira. “Achamos que essa piora dos ativos não é ‘temporal’. Acreditamos que há uma probabilidade maior de termos um comércio mundial diferente do que tivemos nas últimas décadas”, observa o executivo. Para ele, o cenário não deve ser de crescimento ou de valorização das ações locais, em meio a indefiniçções sobre os Estados Unidos e sobre a relação que será estabelecida entre os americanos e os chineses.
O gestor Eduardo Grübler, da AMW (Asset Management Warren), também destaca o alto grau de incerteza do mercado acionário local e observa que os investidores estão aproveitando o alívio recente para realizar lucros. Em sua avaliação, a alta registrada ontem pelo Ibovespa é apenas um movimento “pontual”.
Além de adotar uma postura mais cautelosa com a bolsa local, a AMW aproveitou o momento recente para diminuir a exposição às ações americanas. “Reduzimos EUA como um todo, estamos na mínima histórica de exposição lá. O que ainda temos é majoritariamente em empresas geradoras de caixa e fora das big techs, como a Philip Morris”, afirma o gestor.
Entre as ações do Ibovespa, a maior alta foi registrada pelos papéis da Azul, que tiveram ganhos de 12,33%. A aérea vai realizar uma oferta de ações que pode movimentar até R$ 4,1 bilhões. Já na ponta contrária, os papéis da Minerva lideraram as perdas, com baixa de 2,87%. Analistas do Goldman Sachs rebaixaram as ações do frigórifico de compra para neutra, com preço-alvo em R$ 6,95.