O que você precisa saber Na última quarta-feira (11), o governo federal publicou duas medidas que alteram as regras de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e de tributação de imposto de renda sobre rendimentos financeiros no Brasil e exterior.
O nosso time de Wealth Planning preparou um material para te ajudar a entender as principais mudanças e seus impactos.
O que você precisa saber: O primeiro dia do 4º Fórum Esfera Brasil teve a presença dos governadores do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, além dos ministros dos Transportes e Cidades.
Por Esfera Brasil
O primeiro dia do 4º Fórum Esfera Brasil foi marcado por discursos contundentes pela defesa de reformas estruturantes para destravar o potencial de crescimento brasileiro. Nomes de peso dos setores público e privado chegaram ao consenso de que o País precisa avançar em reformas políticas e econômicas, na melhoria da governança e em marcos regulatórios de infraestrutura.
“Diagnósticos precisos são feitos no Brasil há muitos anos. O que faz a diferença é saber o que fazer, ter coragem para fazer e ter uma estratégia. É difícil implementar mudanças estruturais no Brasil”, disse o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes.
Em um cenário de restrições orçamentárias e pressões por responsabilidade fiscal, a convergência entre diferentes atores do setor produtivo e representantes do governo apontou para um consenso: sem a revisão de regras e benefícios fiscais, não há ambiente seguro para investimentos de longo prazo. É o que enfatizou o ministro dos Transportes, Renan Filho, ao defender uma reavaliação dos objetivos de isenções tributárias.
“Eu defendo que delimite-se um prazo para fazer uma avaliação dos benefícios [tributários], porque alguns não cumprem seu objetivo. Isso é gasto também. E a gente chama de incentivo fiscal porque é utilizado um eufemismo para não falar em gasto. Isso é fundamental para ajudar o Brasil”, declarou o ministro.
A posição foi reiterada pelo ministro das Cidades, Jader Filho, que defendeu o questionamento sobre o retorno dos benefícios fiscais para a sociedade brasileira. “Benefício fiscal não pode ser para a vida toda. A sociedade não pode pagar por determinado setor econômico do Brasil sem ter um benefício de volta. Quando você está no setor privado, você precisa ter clareza disso. A gente precisa questionar o retorno que a sociedade tem em relação a isso.”
Em contraponto, Bruno Dantas, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), ponderou a necessidade de o Executivo olhar para as despesas e revisar gastos como, por exemplo, os supersalários do funcionalismo público.
Reforma política
“Consistência política, acho que é o que é mais urgente para o Brasil”, afirmou o governador do Pará, Helder Barbalho. A frase ilustra bem o discurso feito por entes federativos presentes no evento. A defesa também ressoou nos discursos dos governadores do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e de Minas Gerais, Romeu Zema.
Segundo diagnóstico de Barbalho, a relação entre Executivo e Congresso Nacional precisa de ajustes, de forma a incutir mais responsabilidades aos parlamentares sobre os projetos que votam.
“O que estamos vendo é uma relação política precária, que faz com o que nós tenhamos uma modalidade de semiparlamentarismo em que se dá os benefícios sem dar as responsabilidades ao Parlamento”, avaliou.
Já o governador carioca apontou a necessidade de uma mudança cultural nos formadores de políticas públicas. “É mais importante entregar um Estado equilibrado do que você ficar com dinheiro na mão. Fazendo gastança, o País não sairá do lugar.”
Infraestrutura
Nas discussões sobre infraestrutura e atração de investimentos estrangeiros, realizadas com a curadoria da Agência iNFRA e Instituto Esfera, respectivamente, representantes dos entes federativos e técnicos também comentaram sobre os investimentos nos estados e a necessidade de avanço na regulamentação de legislações aprovadas pelo Congresso Nacional.
A fragilidade foi apontada por Sérgio Guerra, conselheiro do Instituto Esfera e especialista da Fundação Getulio Vargas (FGV): “Eu diria que não precisa nem de uma grande reforma para o País em termos de infraestrutura. Mas precisamos fazer um fortalecimento da governança regulatória, e uma intervenção para que você tenha a aplicação da lei”.
A ideia foi reforçada por Renata Herani, presidente da Tecnobank. “A gente tem ambiente regulatório adequado e, apesar de muitas vezes termos boas leis, elas dependem de regulamentação para surtirem o efeito esperado”, ponderou.
Somos parceiros da Esfera BR, uma iniciativa independente e apartidária que fomenta o pensamento e o diálogo sobre o Brasil, um think tank que reúne empresários, empreendedores e a classe produtiva. Todas as opiniões aqui apresentadas são dos participantes do evento. O nosso posicionamento nesta iniciativa é o de ouvir todos os lados, neutro e não partidário.
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O que você precisa saber: O segundo dia do Fórum Esfera 2025 foi marcado pela presença de nomes como: Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, Raquel Lyra, governadora de Pernambuco, e Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal.
Por Esfera Brasil
“A boa política começa no Orçamento, não na propaganda.” A frase, proferida por Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, sintetiza o tom dos debates do segundo dia do Fórum Esfera 2025: uma convocação à responsabilidade fiscal como alicerce da credibilidade institucional.
“Este é um desses raros momentos em que o País precisa escolher entre adiar o inevitável ou enfrentar o inadiável. […] O brasileiro já apertou demais o cinto. Não é razoável que o Estado siga aumentando a própria barriga”, afirmou Motta.
A convergência de especialistas, autoridades dos Três Poderes e lideranças empresariais expôs o ponto de inflexão ao qual o Brasil se encontra neste momento de sua história. Ao longo de cinco painéis e dois discursos, o evento deste sábado provocou análises relevantes sobre temas centrais da agenda nacional – da responsabilidade fiscal à transição energética, da inovação em saúde e educação à transformação digital, da agenda legislativa à reestruturação da segurança pública. E todos puderam refletir sobre o movimento lançado pelo presidente do Conselho da Esfera Brasil, João Camargo, na abertura da plenária: #EssaContaÉNossa.
Agenda de reformas
O presidente Hugo Motta assumiu compromisso de avançar com o corte de isenções fiscais que trazem pouco retorno ao País e com a reforma administrativa.
“Estamos colocando na mesa de discussão as isenções fiscais que, ao longo do tempo, foram dadas em nosso país. Isenções essas que não têm o mínimo de acompanhamento sobre retorno e a contrapartida que deve ser dada a quem as recebe da nossa população. É uma conta que só aumenta”, declarou.
O discurso foi positivamente repercutido entre lideranças políticas e privadas. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que enxerga com bons olhos o esforço institucional para que se enfrente a agenda de reformas. “Eu acho que a disposição que foi manifestada aqui pelo presidente da Câmara, presidente do Senado, junto com diversos ministros e com o próprio presidente Lula, de discutir e enfrentar essa agenda estrutural, eu acho isso uma ótima notícia.”
Já no setor privado, lideranças do mercado financeiro também reforçaram a seriedade de composição para o avanço das pautas. “Um modelo baseado em ajuste fiscal pelo lado da receita não funciona mais”, pontuou Isaac Sidney, presidente da Febraban, sinalizando o esgotamento de medidas arrecadatórias de curto prazo. André Esteves, chairman do BTG Pactual, reitera que a necessidade do ajuste fiscal é imperativa. “Estamos a 15 meses de eleições majoritárias – e a urna vai cobrar responsabilidade.”
Transição energética
A pauta da transição energética ganhou destaque na programação do sábado. A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, enfatizou o protagonismo do Nordeste como vetor estratégico para a matriz renovável brasileira, posicionando a região não apenas como polo nacional, mas como referência global na produção de energia limpa. “O cenário é incerto, mas o Nordeste enxerga uma grande oportunidade de crescimento. A gente tem condições de praticar a transição energética como poucos lugares. É sabido por todos que o Nordeste tem grande potencial e inclusive exporta energia”, lembrou.
Já do ponto de vista do setor fóssil, o presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa, alertou para os riscos de uma dicotomia artificial entre fontes energéticas em um cenário global marcado pela busca por segurança energética. “O Brasil deve evitar a armadilha do falso dilema europeu entre óleo e gás versus renováveis. Não se trata de uma escolha excludente – essas fontes precisarão coexistir por décadas”, afirmou ao defender uma transição energética pragmática e ancorada na complementaridade das matrizes.
O representante da Shell também abordou os impactos da guerra tarifária sobre o setor energético, destacando o ambiente de volatilidade e incerteza no curto prazo. “O cenário atual levanta dúvidas relevantes sobre a demanda global e os efeitos diretos da guerra tarifária no fluxo internacional de comércio”, avaliou. A análise foi endossada por Gustavo Pimenta, CEO da Vale, que ressaltou os reflexos negativos sobre o mercado de commodities: “O nível de incerteza é elevado, mas sou otimista. A Vale tem a oportunidade de ser líder no fornecimento de minerais críticos”.
Reforma política
A edição também contou com a participação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. Durante discurso, o ministro comentou o sistema de votação para a eleição de deputados federais. “O eleitor vota em quem ele quer, mas elege quem ele não sabe. Menos de 5% dos deputados são eleitos por votação própria, e a maioria é eleita por votos dados a outros candidatos. O eleitor não sabe exatamente quem ele colocou lá”, avaliou.
O presidente ainda citou um comportamento atual do eleitorado brasileiro. “A democracia tem lugar para todo mundo, mas a civilidade é um valor que vem antes da ideologia, mas que nós perdemos e temos que recuperar”, declarou.
Segurança pública
Representantes de diferentes correntes políticas falaram sobre a PEC da Segurança Pública, apresentada pelo governo ao Legislativo. Segundo o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Capitão Derrite, o texto apresentado não versa sobre os principais gargalos do País.
“A minha crítica à PEC é que ela não ataca o principal problema: a reincidência criminal. Ela acaba criando diretrizes de natureza obrigatória para governadores. Mas tenho certeza de que todos eles estão aptos para uma coordenação”, comentou.
Já o deputado federal Rubens Pereira Jr. avaliou a importância de constitucionalizar a segurança pública. “Constitucionalizar o tema é importante. Já fizemos isso com a saúde e com a educação e chegou a hora de fazer isso com a segurança pública. Quando a gente constitucionaliza, você torna a política pública perene e permanente. O Sistema Único de Segurança Pública foi criado no governo Temer, e o governo Lula viu que essa política é tão boa que acha que o tema tem que ir para a Constituição.”
Para o secretário de Governo de São Paulo e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, o cenário futuro se mostrou positivo: “Em segurança pública não há protagonismo, há integração. Eu acho que em 15 ou 20 anos nós vamos ter um mundo muito melhor na questão de segurança”.
Inovação na gestão pública
O prefeito do Recife, João Campos, destacou que o maior desafio para promover inovação na gestão pública reside na transformação cultural da própria máquina estatal. De acordo com ele, é essencial romper com estruturas burocráticas e apostar em instrumentos que posicionem o cidadão como protagonista das decisões governamentais, independentemente dos ciclos políticos. “A gente tem que olhar para quem de fato importa, que é o cidadão, sendo proativo para colocá-lo no centro das ações”, disse.
A secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, compartilhou sua vivência no setor público e ponderou que a inovação já está sendo endereçada. “Acho que a gente tem uma visão preconcebida do setor público. O setor público tem feito a diferença, tem inovado, vivencio isso muito fortemente. A gente tem vasos comunicantes mais do que a gente imagina”.
Somos parceiros da Esfera BR, uma iniciativa independente e apartidária que fomenta o pensamento e o diálogo sobre o Brasil, um think tank que reúne empresários, empreendedores e a classe produtiva. Todas as opiniões aqui apresentadas são dos participantes do evento. O nosso posicionamento nesta iniciativa é o de ouvir todos os lados, neutro e não partidário.
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O que você precisa saber: O IBGE divulgou os dados mais recentes de inflação. Neste texto, o nosso sócio e Portfolio Manager, Thomás Gibertoni, analisou o resultado apresentado.
O IPCA, que mede a inflação oficial do país, subiu apenas 0,26% em maio, abaixo do esperado pelos economistas (0,32%) e menos que o registrado em abril (0,43%). Com isso, a inflação acumulada em 12 meses caiu de 5,53% para 5,32%, reforçando sinais de desaceleração.
O que ajudou a segurar os preços?
Alimentos em casa: ficaram praticamente estáveis (0,02%), com queda expressiva nos preços de hortaliças e legumes (-1,98%).
Produtos industriais: desaceleraram (0,06%), especialmente itens como higiene pessoal e roupas.
Combustíveis: registraram queda (-0,72%), puxada principalmente pela gasolina.
Por outro lado, a conta de luz subiu 3,62% devido à bandeira tarifária amarela, limitando uma queda maior no índice.
Inflação “mais controlada” dá fôlego ao BC
Os números de maio confirmam uma melhora na composição da inflação, com itens monitorados de perto pelo Banco Central (como serviços e produtos industriais) mostrando desaceleração maior que o previsto. Embora alguns setores ainda apresentem pressão nos preços, o cenário é mais favorável do que em meses anteriores.
Final do ciclo de aumento de juros
A queda na inflação reforça a expectativa de que o Banco Central possa encerrar seu ciclo de aumento dos juros em breve, trazendo alívio para os consumidores e empresas. Apesar dos desafios econômicos, o dado de maio é um sinal positivo para a política monetária.
Thomás Gibertoni Sócio | Portfolio Manager
É formado em Administração pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e possui certificações CGA e CGE. Thomás passou pelo Banco Santander e antes de chegar à Portofino foi Portfolio Manager na Claritas Investimentos.
O que você precisa saber: Em evento, Arthur Lira defendeu diálogo amplo na reforma do IR, que considera uma oportunidade sensível. Além disso, o deputado também criticou o aumento do IOF sem consulta prévia ao Congresso.
Por Esfera Brasil
Para o deputado Arthur Lira, relator da reforma do Imposto de Renda (IR) na Câmara, o momento é de atenção. Durante encontro com nossos associados na última semana, o parlamentar comentou a proposta, que descreveu como “sensível” e “uma oportunidade”.
“Agora é a hora de ouvir, de atender, de receber sugestões e informações para que agora, no final de junho, a gente solte um texto, depois de discutir e entender. E para que ele seja criticado, para que ‘apanhe’. Gosto que ele seja criticado porque, assim, ninguém é surpreendido com um texto”, detalhou.
O deputado fez uma comparação com o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciado pelo governo federal no dia 22 deste mês, criticando o fato de os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, respectivamente, não terem sido chamados para um diálogo prévio à decisão do governo. “O IOF não se destina a isso, não é arrecadatório. Acredito que [o ministro da Fazenda, Fernando Haddad] vai sofrer para defender isso dentro do governo e dentro do Parlamento”, ponderou Lira.
Em um comentário sobre o governo Lula, o parlamentar lembrou que, durante os dois primeiros mandatos, a gestão implementou inúmeros programas sociais – o que não tem sido possível desta vez. “Porque na época não tinha teto de gastos, não tinha responsabilidade fiscal, não tinha Orçamento discutido com mais atenção pelo Legislativo. Então o Poder Executivo mandava muito mais, e tinha que dialogar muito menos. E hoje não. A realidade é outra, você tem que ter um freio, um contrapeso mais robusto”, disse.
Alternativas
Ele acrescentou que caso a pressão do setor produtivo continue, é possível que contribua para que o projeto de isenção do IR venha especificamente para esse fim e para gerar uma compensação.
“Mas este é um projeto de lei que trata de reforma da renda. Tem temas que são de lei complementares, tem temas que são de PECs, mas até onde ele puder ir como projeto de lei, eu acredito que abriu-se uma porta que nos permite discutir alternativas e [de] se compensar o que o governo estava querendo com o IOF”, defendeu.
Reformas constitucionais
Lira citou, ainda, a necessidade de um recall de duas reformas constitucionais: “Muitas coisas que nós votamos na trabalhista, por decisões judiciais, hoje caíram por terra e não me pareceram, a princípio, justas. Principalmente com o Parlamento, que gera emprego e renda, que paga as folhas, que tem o custo do Brasil em seus ombros”, avaliou. “E a reforma previdenciária, que, com a famosa vinculação, daqui a dois anos, o governo vai ter [gastos] discricionários zero. E aí ficam colocando essa luta, ‘é o Congresso que tem as emendas, é o governo que quer as emendas’. A emenda é 0,01% do Orçamento total. O problema é que essa discricionariedade infere e faz com que as despesas cresçam”.
Somos parceiros da Esfera BR, uma iniciativa independente e apartidária que fomenta o pensamento e o diálogo sobre o Brasil, um think tank que reúne empresários, empreendedores e a classe produtiva. Todas as opiniões aqui apresentadas são dos participantes do evento. O nosso posicionamento nesta iniciativa é o de ouvir todos os lados, neutro e não partidário.
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