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O que você precisa saber
A corrida presidencial dos Estados Unidos foi marcada por momentos que serão lembrados por muito tempo. A poucos dias da votação, a disputa segue apertada e indefinida.
Às vésperas de uma eleição histórica nos EUA, o mundo aguarda, atento ao desfecho de uma disputa marcada pela imprevisibilidade. Na próxima semana, dia 5 de novembro, os eleitores americanos decidirão entre dois candidatos que, em muitos aspectos, representam visões opostas para o futuro do país: Donald Trump e Kamala Harris. Com as pesquisas ainda apontando um cenário indefinido e os dois candidatos empatados dentro da margem de erro tanto no voto popular quanto nos estados-chave, a incerteza domina os dias que antecedem a votação.
A eleição presidencial americana é sempre um evento que atrai atenção global devido ao impacto econômico e político que exerce no cenário mundial. Este ano, no entanto, a corrida eleitoral foi particularmente surpreendente, marcada por eventos que certamente serão lembrados por muito tempo.
Inicialmente, o país se preparava para uma revanche entre Joe Biden e Donald Trump. No entanto, a corrida mudou drasticamente após o primeiro debate. Biden, que vinha enfrentando pressões internas do Partido Democrata, foi duramente criticado por sua performance no debate, levando muitos a questionarem sua capacidade de governar o país. O desgaste foi tão grande que, poucos dias depois, ele anunciou sua desistência da reeleição, abrindo espaço para Kamala Harris assumir a candidatura democrata. Esse movimento trouxe uma nova onda de esperança ao partido, que até então estava em desvantagem nas pesquisas.
O clima de tensão se intensificou quando Trump foi alvo de um atentado durante um comício na Pensilvânia, sendo atingido na orelha por um disparo. O incidente, que resultou na morte de duas pessoas, escancarou a polarização extrema que domina a política americana. Apenas dois meses depois, em setembro, o presidente foi alvo de mais uma tentativa de assassinato, desta vez enquanto jogava golfe em seu clube particular.

Entre essas reviravoltas, o único debate entre Trump e Harris, realizado em 10 de setembro, foi um dos momentos mais aguardados da campanha. Considerado por muitos como o debate mais importante dos últimos tempos, ele ofereceu aos eleitores uma rara oportunidade de ver os dois candidatos frente a frente antes do dia da eleição. Ao contrário do que aconteceu no debate contra Biden, a performance de Trump não foi bem avaliada. Pesquisas da CNN indicaram que 63% dos espectadores acreditaram que Kamala Harris se saiu melhor, enquanto apenas 37% deram a vitória ao ex-presidente. Uma pesquisa qualitativa do “The Washington Post” com eleitores dos swing states mostrou resultados semelhantes, com 23 dos 25 entrevistados afirmando que Harris saiu vitoriosa.
Importante contextualizar que o sistema de votação americano é diferente do brasileiro. Por lá, o candidato precisa conquistar 270 dos 538 delegados do Colégio Eleitoral, sendo que cada estado tem um número específico de delegados, que varia de acordo com a população e o total de representantes no Congresso. Quem for o mais votado em cada estado leva os seus respectivos delegados, o que explica como um candidato pode perder no voto popular, mas se eleger – como ocorreu em 2016, quando Hillary Clinton teve 3 milhões de votos a mais do que Donald Trump, mas perdeu na quantidade de delegados.
Agora, com a eleição se aproximando, a atenção está voltada para os estados decisivos: Michigan, Pensilvânia, Arizona, Wisconsin, Nevada, Georgia e Carolina do Norte. Esses swing states serão fundamentais para determinar o vencedor.
Independentemente de quem ganhar, o impacto dessa eleição será sentido tanto nos Estados Unidos quanto no cenário global, dada a importância do país em questões econômicas, de segurança e de relações internacionais. Com o destino do país nas mãos dos eleitores, o mundo observa, aguardando os desdobramentos deste momento histórico.
Este é um texto apartidário e tem por objetivo apenas informar sobre as eleições americanas, sem nenhuma preferência, inclinação ou envolvimento com partidos, ideologias ou debates políticos.