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O que você precisa saber:
Nesta terça-feira (12), foram divulgados os dados de inflação do Brasil e nos Estados Unidos. Nesse artigo, confira a análise dos resultados.
O IPCA de julho subiu 0,26%, ficando abaixo das expectativas do mercado (0,36%) e mostrando uma desaceleração no acumulado em 12 meses (de 5,35% para 5,23%).
Os núcleos de inflação (que excluem itens voláteis) seguiram em desaceleração, reforçando que a pressão inflacionária está perdendo força:
- Bens industriais: queda de 3,5% para 2,2% (em 3 meses)
- Serviços: desaceleração de 6,5% para 6,0%
- Serviços com mão de obra intensiva: recuo de 5,9% para 5,5%
O IPCA de julho reforça que a inflação está em trajetória de queda, com menos pressão nos setores mais sensíveis à política monetária. Isso apoia a visão do BC de que os juros altos estão funcionando e abre discussão para corte ainda em 2025.
Thomás Gibertoni
Sócio | Portfolio Manager

A inflação nos Estados Unidos voltou a acelerar em julho, refletindo principalmente a alta nos preços de bens e os primeiros sinais do impacto das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. A inflação núcleo (CPI Core) — que exclui itens voláteis como alimentos e energia — subiu 0,3% no mês, acima dos 0,2% registrados em junho e marcando a maior alta em seis meses. No acumulado de 12 meses, o avanço foi de 3,1%, superando tanto os 2,9% observados no mês anterior quanto a expectativa de 3,0% do mercado.
Já o índice cheio de preços ao consumidor (CPI) avançou 2,7% na comparação anual, repetindo o resultado de junho e ficando ligeiramente abaixo da projeção de 2,8%. No mês, houve alta de 0,2%, desacelerando em relação aos 0,3% de junho, em linha com as estimativas dos economistas.
O relatório mostra que a pressão inflacionária dos bens não está mais sendo compensada pela desaceleração dos serviços, sugerindo uma mudança na dinâmica recente dos preços. Há também sinais de repasse das tarifas para o consumidor, embora ainda de forma limitada.
Apesar da aceleração na inflação núcleo, os números não são suficientemente fortes para impedir que o Federal Reserve siga com um corte de juros em setembro. A leitura reforça a atenção do mercado para os efeitos das tarifas, mas não altera por enquanto a expectativa de afrouxamento monetário no curto prazo.
Burton Mello
Portfolio Manager