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O que você precisa saber:
O IPCA caiu 0,11% em agosto, um resultado melhor que o de julho (0,26%) e que reduziu a inflação em 12 meses de 5,23% para 5,13%.
A queda foi puxada por fatores pontuais, como a redução na conta de luz (-4,21%), combustíveis (-0,89%) e alimentos in natura (-3,08%). Descontos em passagens aéreas (-2,44%) e eventos culturais (-4,02%) também ajudaram.
Apesar da desaceleração no índice cheio, os núcleos de inflação, acompanhados de perto pelo Banco Central, voltaram a acelerar. Destaque para bens industriais e serviços intensivos em trabalho, que subiram no trimestre móvel. A principal surpresa veio do preço de automóveis novos, que caiu menos que o esperado mesmo com incentivos do IPI Verde.

Resumo
- A leitura interrompeu a melhora qualitativa vista nos últimos meses, mas não indica reversão da tendência de desinflação;
- O cenário ainda reflete um mercado de trabalho aquecido no Brasil, contrastando com um ambiente internacional mais favorável, que tem ajudado câmbio e expectativas de inflação;
- A combinação desses fatores reforça a visão de que a Selic deve permanecer estável até o 1º tri/2026.

Thomás Gibertoni
Sócio | Portfolio Manager
É formado em Administração pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e possui certificações CGA e CGE. Thomás passou pelo Banco Santander e antes de chegar à Portofino foi Portfolio Manager na Claritas Investimentos.