Bruna Furlani e Maria Fernanda Salinet – Valor Econômico

Leia a matéria completa, direto no Valor Econômico, clicando aqui.

Sinalizações mais positivas vindas do exterior potencializaram os ganhos do Ibovespa na sessão de ontem e fizeram o índice fechar em alta firme de 1,39%, aos 129.454 pontos. A suspensão temporária das tarifas recíprocas sobre eletrônicos da China, anunciada pelos Estados Unidos, deu o primeiro impulso ao índice no começo do dia, ao favorecer a busca por ativos de risco ao redor do mundo.

Falas de diretores do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que aventaram sobre a possibilidade de um corte mais intenso de juros, caso o governo adote uma política tarifária mais dura, também ajudaram a ampliar os ganhos do índice, apoiado pelo recuo dos juros futuros.

Segundo operadores, indícios de compras de investidores estrangeiros nos papéis da Petrobras também ajudaram o índice na sessão. As ações da estatal encerraram ontem com movimento misto: as ordinárias fecharam em alta de 0,21%, enquanto as preferenciais terminaram em queda de 0,38%. Participantes do mercado afirmam que desempenhos díspares como esse costumam ocorrer quando há compra de investidores internacionais, já que os recibos de ações negociados em Nova York (ADRs) do papel ordinário da petroleira tendem a ser mais líquidos.

“Trump deixou claro que a intenção é levar o trabalho até o final. Porém, o formato final ninguém sabe”.

A sessão também foi de alta dos papéis da Vale, que subiram 1,30%. A busca por ações com grande representação no Ibovespa, caso de Petrobras e da mineradora, ocorreu mesmo em um dia volátil para algumas commodities. Ontem, as cotações do petróleo oscilaram após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisar para baixo sua projeção para a demanda global da commodity neste ano e no ano que vem.

Em meio a um cenário em que o mercado precifica uma desaceleração mais profunda da atividade global, o sócio da Portofino Multi Family Office, Adriano Cantreva, avalia que os agentes financeiros devem diminuir o interesse por commodities, como o petróleo. “O Trump citou que deve aumentar a produção americana e é esperado um menor uso [da commodity] com a eletrificação. Esses dois fatores já diminuem a demanda por petróleo. Se ainda tivermos uma recessão, não vejo um cenário positivo para petróleo”, resume.

Apesar da subida vista ontem nos mercados acionários, como o Ibovespa, a avaliação de agentes financeiros é que os alívios a “conta-gotas” de Donald Trump não são capazes de afastar totalmente o receio com os próximos passos do líder republicano. “Trump deixou muito claro que a intenção do governo é levar o trabalho até o final. Porém, o formato final ninguém sabe. O sentimento é um pouco de alívio porque o primeiro dia [Liberation Day] foi um ‘desastre’, mas não há segurança de um final feliz”, resume Cantreva.

Diante das incertezas que existem no radar, a Portofino tem adotado uma posição mais neutra em juros e bolsa brasileira. “Achamos que essa piora dos ativos não é ‘temporal’. Acreditamos que há uma probabilidade maior de termos um comércio mundial diferente do que tivemos nas últimas décadas”, observa o executivo. Para ele, o cenário não deve ser de crescimento ou de valorização das ações locais, em meio a indefiniçções sobre os Estados Unidos e sobre a relação que será estabelecida entre os americanos e os chineses.

O gestor Eduardo Grübler, da AMW (Asset Management Warren), também destaca o alto grau de incerteza do mercado acionário local e observa que os investidores estão aproveitando o alívio recente para realizar lucros. Em sua avaliação, a alta registrada ontem pelo Ibovespa é apenas um movimento “pontual”.

Além de adotar uma postura mais cautelosa com a bolsa local, a AMW aproveitou o momento recente para diminuir a exposição às ações americanas. “Reduzimos EUA como um todo, estamos na mínima histórica de exposição lá. O que ainda temos é majoritariamente em empresas geradoras de caixa e fora das big techs, como a Philip Morris”, afirma o gestor.

Entre as ações do Ibovespa, a maior alta foi registrada pelos papéis da Azul, que tiveram ganhos de 12,33%. A aérea vai realizar uma oferta de ações que pode movimentar até R$ 4,1 bilhões. Já na ponta contrária, os papéis da Minerva lideraram as perdas, com baixa de 2,87%. Analistas do Goldman Sachs rebaixaram as ações do frigórifico de compra para neutra, com preço-alvo em R$ 6,95.

var submitted = false; jQuery(document).ready(function(){ jQuery('.et_pb_contact').find('form').each(function(){ var jqForm = jQuery(this); var jsForm = this; jqForm.submit(function(event){ event.preventDefault(); if(!submitted){ submitted = true; window.dataLayer.push({ 'event': 'formSubmit' }); } setTimeout(function() { submitted = true; jqForm.submit(); },300); }); }); });