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O que você precisa saber:
Nesta semana, aconteceu a terceira edição do Seminário Brasil Hoje, com a presença de grandes nomes, como Tarcísio de Freitas, Gilberto Kassab, Ciro Nogueira, entre outros.


Por Esfera Brasil

Empresários, especialistas e líderes políticos deram o tom dos debates no próximo ano: a agenda desenvolvimentista precisa ser retomada. Com a presença de governadores, ex-presidentes e lideranças partidárias, a terceira edição do Seminário Brasil Hoje, realizada pela Esfera Brasil, nesta segunda-feira, 25, mergulhou nos temas mais urgentes para o Brasil atualmente — cenário eleitoral, regulação das redes sociais, fortalecimento das agências reguladoras, além de temas recorrentes, como economia e inovação.

Cotado como possível nome da centro-direita para disputar a Presidência em 2026, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, refletiu sobre a relevância de se estabelecer um projeto de País que tenha como preocupação central a agenda de desenvolvimento econômico e social. Ele aponta que a agenda fiscal, a desindexação de despesas do orçamento público e a harmonia entre os Três Poderes serão pontos-chave a serem enfrentados pelo próximo governo eleito. 

Questionado pelo presidente do Partido Progressistas, Ciro Nogueira, sobre um lema para o próximo pleito, Tarcísio fez referência ao ex-presidente Juscelino Kubitschek e declarou que o Brasil precisa perseguir o “40 anos em 4”. Ainda, ponderou a necessidade do Brasil deixar a agenda eleitoral de lado e começar a discutir um projeto de País: “A gente não pode pensar só em eleição, a gente tem que pensar em geração”.

“Esse cara [JK] impulsionou a indústria, interiorizou e construiu o Brasil. Ele construiu uma cidade, que hoje é a nossa capital, em três anos. Então, um líder disruptivo, uma pessoa que pensou o futuro, que implantou bases para a gente dar um salto subsequente. Não sei qual vai ser o lema de um novo governo, mas eu sei que a gente precisa fazer pelo menos 40 anos em 4. Isso está muito claro”, declarou o governador por fim.

Partidos no tabuleiro de 2026

O posicionamento foi endossado por lideranças partidárias presentes que defenderam, além de um projeto de País, a importância da integração com o setor produtivo e da harmonia entre os Três Poderes, de modo a garantir melhor governabilidade do País.

Para o presidente do PSD, Gilberto Kassab, o próximo pleito eleitoral será sobre encontrar uma liderança capaz de unir a política nacional. “O Brasil precisa fazer o que fez o Chile uns anos atrás, que é a famosa concertação política entre o Poder Judiciário, Legislativo e Executivo. Existe muita tensão. Não é hora de você acirrar os ânimos, de promover enfrentamentos. É hora de encontrar um líder que possa ser respeitado pela esquerda e pela direita”, analisou. 

Já o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, apontou que segue com o ex-presidente Jair Bolsonaro o poder da definição dos rumos da direita no próximo ano. Apesar dos recentes desdobramentos judiciais, Costa Neto diz que o partido ainda tem “esperança que Bolsonaro possa ser candidato”. Ele também compartilhou as pesquisas da sigla, que apontam a capacidade de 30% de transferência de votos do ex-presidente para outro possível candidato.

A Federação União Progressista, oficializada neste mês pelo União Brasil e o PP,  já firmou sua posição na composição de chapa presidencial. Ainda assim, o novo grupo político busca aliados no empresariado para consolidar a campanha nacional, contra uma possível candidatura à reeleição do presidente Lula.  

“A Federação União Progressista nasce com uma força muito grande. São 16 pré-candidatos a governos estaduais, mais de 26 candidatos ao Senado. E chapas completas para deputados federais e deputados estaduais. Não tenha dúvida de que a federação estará na chapa majoritária. Temos uma força que pende para o governador Ronaldo Caiado e também para a senadora Tereza Cristina”, disse Antonio de Rueda.

Mesmo com o adiantamento do processo eleitoral, os rumos do MDB serão definidos apenas no início do próximo ano, avaliou o presidente Baleia Rossi. Apesar disso, o partido já trabalha na elaboração de um projeto político para nortear as decisões da pré-campanha.  “Nós estamos preparando um documento-projeto para apresentar em outubro, em Brasília, que é o que o MDB pensa sobre os pontos mais importantes do País. E, a partir daí, nós vamos discutir eleições“, afirmou.

Despesa e sustentabilidade fiscal

Mais uma vez, a preocupação fiscal retornou ao centro das discussões do cenário brasileiro. Lideranças empresariais e especialistas discorreram sobre a necessidade de se reavaliar as prioridades das despesas do Estado brasileiro, com olhares voltados para a redução de gastos, a eficiência e a qualidade das políticas públicas. 

“O governo é grande demais, gasta demais”, afirmou o vice-chairman e chefe global de Políticas Públicas do Nubank, Roberto Campos Neto, que também é ex-presidente do Banco Central. Ele defende que o País tenha coragem para olhar para a estrutura do Estado e propor uma redução das despesas públicas.

A visão reverbera também em representantes do mercado. Para Isaac Sydney, presidente da Febraban, o Brasil precisa de um “freio de arrumação”. “Ou fazemos um freio de arrumação ou vai se tornar insustentável a trajetória da dívida. Não adianta olhar para o governo de plantão ou para o Congresso de plantão. Precisamos também da sociedade e do empresariado, que se vale de uma série de renúncias fiscais”, disse.

O economista Marcos Lisboa ponderou um meio-termo: “Vamos enfrentar o problema não no estado do bem-estar, mas nos vazamentos do Estado, capturado pelos interesses rentistas do setor privado. Não seria uma boa maneira de começar uma discussão?”.

Censura x regulamentação

A regulamentação das plataformas digitais foi tema de um dos painéis, composto por parlamentares atuantes na defesa do assunto. Os avanços mais recentes com o tema no Congresso vieram na forma do projeto de lei que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Digital, aprovado na Câmara na semana passada. A discussão abriu espaço para uma nova tentativa de regulamentar as plataformas digitais antes das eleições, matéria que já é gestada no Planalto.

Para o senador Alessandro Vieira, autor do projeto que cria o ECA Digital, o Congresso ainda precisa avançar no nível das discussões e despolarizar o tema: “É preciso compreender o que é o ambiente digital, e entender que ele não é isento ou democrático é um passo fundamental”.

O posicionamento foi endossado por parlamentares da base governista presentes no evento. Segundo o deputado federal Guilherme Boulos, é necessário assegurar o respeito às legislações dos países também no ambiente digital, de forma a coibir práticas criminosas.

“Transformar o debate de regulação das redes sociais em um tema de censura é ignorar a legislação existente sobre radiodifusão. […] Ninguém está propondo um polígrafo digital para saber o que é verdade ou mentira. O que está se propondo é que o ambiente digital não seja livre para o cometimento de crimes”, defendeu Boulos.

Orlando Silva, deputado federal e relator da proposta — inicialmente tramitada no Legislativo —, pondera que, diferentemente da narrativa de opositores, somente a regulamentação de redes sociais garantiria o exercício pleno da liberdade de expressão.

“A ideia de ambiente digital separado de ambiente real é cada vez mais tênue. E por isso é importante preservarmos a esfera pública do debate. Regulação das plataformas digitais só faz sentido se for para garantir a liberdade de expressão”, comentou.

Somos parceiros da Esfera BR, uma iniciativa independente e apartidária que fomenta o pensamento e o diálogo sobre o Brasil, um think tank que reúne empresários, empreendedores e a classe produtiva. Todas as opiniões aqui apresentadas são dos participantes do evento. O nosso posicionamento nesta iniciativa é o de ouvir todos os lados, neutro e não partidário.

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