Quando ouvimos sobre a descoberta de um navio naufragado há 170 anos, nas profundezas do Mar Báltico, ao sul da ilha sueca de Öland, nossa imaginação é imediatamente capturada pela possibilidade de joias, ouro e outros tesouros serem resgatados. No entanto, para os mergulhadores Marek Cacaj e Pawel Truszynski, o verdadeiro achado foi algo ainda mais surpreendente: garrafas de champanhe do século 19, preservadas a 58 metros de profundidade. Essas garrafas são mais do que meras relíquias históricas; são cápsulas do tempo, abrigando o sabor de uma era esquecida, cuidadosamente preservado pelas águas geladas e misteriosas do fundo do mar.
“Certamente vimos mais de 100 garrafas de champanhe e cestos de água mineral em garrafas de barro”, relatou a Associação Baltictech. Além do champanhe, foram encontrados vinhos, água mineral e porcelana, todos protegidos por uma camada de história que só o tempo pode construir.
Esse tipo de descoberta nos faz refletir sobre como o tempo, quando aliado aos cuidados adequados, pode transformar certos elementos em algo ainda mais valioso. Assim como o vinho que amadurece nas adegas, essas garrafas de champanhe se beneficiaram das condições únicas do ambiente marinho, potencialmente aprimorando suas qualidades ao longo dos séculos. O tempo, que muitas vezes é visto como um agente de destruição, aqui atua como um guardião, preservando e, talvez, até melhorando a essência do que foi deixado para trás.

A Forbes relatou que, segundo a pesquisa da Baltictech, o navio estava possivelmente a caminho da Rússia com mercadorias destinadas ao Czar Alexandre II. Após o resgate, os mergulhadores entraram em contato com a Louis Roederer, renomada casa de champanhe em Reims, na França, que poderia ser a fabricante original da bebida. A Louis Roederer é conhecida por ter produzido champanhes especialmente para o czar, o que aumenta ainda mais a importância histórica desse achado.
Mas a pergunta persiste: após tanto tempo no fundo do mar, esse champanhe ainda pode ser consumido? O premiado Master Sommelier Bobby Stuckey, fundador do Frasca Hospitality Group, acredita que sim, desde que a rolha não tenha sido comprometida pela água do mar, o líquido ainda deve estar em boas condições para degustação.
Essa não é a primeira vez que um “naufrágio etílico” ganha manchetes. Em 2010, mergulhadores na costa da Finlândia encontraram uma escuna com um tesouro de 168 garrafas de champanhe com 170 anos de idade. Esses achados sugerem que as profundezas dos oceanos não apenas escondem segredos irresistíveis, mas também guardam, nas condições certas, o potencial de transformar o tempo em um aliado, aprimorando aquilo que já era valioso.
Assim como o champanhe encontrado, há muitas coisas na vida que o tempo pode transformar para melhor – seja uma obra de arte, uma relação cuidadosamente cultivada, ou até mesmo um investimento. Com os cuidados adequados, o tempo não apenas preserva, mas também refina, revelando novos aspectos e qualidades que, de outra forma, permaneceriam ocultos.
Para mais detalhes sobre essas descobertas fascinantes, acesse a matéria completa na Forbes.
https://forbes.com.br/forbeslife/2024/08/champanhe-naufragado-ha-170-anos-e-encontrado-mas-pode-ser-consumido/