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O que você precisa saber:
Nesta quarta-feira (26), tivemos o último dia do CEO Conference Brasil 2025, evento promovido pelo BTG Pactual. Desta vez, os ministros Rui Costa e Luís Roberto Barroso, o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, foram algumas das figuras importantes do cenário político e econômico que marcaram presença.


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Segurança Jurídica no Brasil

O dia começou com a presença do ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal, que falou sobre como o Brasil “ainda é uma das melhores opções de investimentos do mundo. Temos fronteiras consolidadas, não temos problemas de guerra, boa relação com todo o mundo, instabilidade institucional, tolerância religiosa e energia limpa”.

A denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro também foi tema de questionamentos para o ministro. Ele defendeu uma punição adequada para uma articulação “aparentemente estarrecedora articulação para um golpe de Estado”, além de que a denúncia causa “algum grau de tensão política no país” e “preocupação” na Corte, mas “não há como deixar de julgar”. “Se tem prova, condena, se não tem, absolve”, afirmou o ministro. 

Lideranças Políticas

O segundo painel do dia serviu para dar um gosto do que podem ser os debates do próximo ano. Atuando como oposição do governo, Ciro Nogueira, Senador e Presidente dos Progressistas, foi duro nas críticas que fez a Lula, dizendo que tem “muita preocupação com o atual governo” e citou que “temos um ministro da Fazenda com a menor credibilidade do mercado na história”, apesar de fazer alguns elogios a Haddad. 

“Acho que nosso país precisa virar a página e olhar para a frente. Qual o motivo para esse governo não estar dando certo? É um governo que só olha para trás”, disse. Nogueira foi ainda mais enfático ao dizer que o “presidente não tem tido capacidade de unir o Brasil. O que ele fez foi dividir, cometendo os mesmos erros do ex-presidente Bolsonaro, de querer falar só para a sua bolha”. Ele ainda ressaltou o receio de que a busca do governo por popularidade possa levar à tomada de decisões equivocadas.

Já fazendo um comentário sobre 2026, o político afirmou que é “difícil imaginar que centro e direita não se organizem para vencer a próxima eleição”. 

No painel também estava Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara, ex-ministro da Comunicação Social e ex-deputado estadual, ventilado como um dos possíveis nomes para assumir a presidência do PT (Partido dos Trabalhadores). Na visão dele, “o grande desafio do PT é o pós-Lula, em construir um partido para a sucessão do atual presidente”. Silva analisou que não haverá o surgimento de um novo Lula no próximo período histórico, “já que as condições que impulsionaram o Lula não existem hoje”. “Mais do que nomes, para a sucessão, o PT tem que ter uma agenda que dialogue com a realidade da sociedade brasileira”, disse. 

Ele adotou uma postura mais otimista quanto à avaliação do atual governo. Apesar de mencionar que existem, sim, desafios, disse estar “confiante com o que está sendo construído”. 

Grandes Empresários: Visões Sobre o Brasil

Grandes nomes do setor empresarial do Brasil também foram ao palco e falaram sobre suas experiências profissionais, empresas e o que esperam para seus respectivos setores.

Os painelistas também foram questionados sobre o que faz o empresário dar certo no Brasil. Carlos Sanchez, Chairman do Grupo NC, disse que criar estabilidade para passar por momentos de juros altos e indefinição política é um dos diferenciais que contribuem para o sucesso. “Precisa ter resiliência e se preparar, não é como empresários de países com juros de 2%. O Brasil é um país bom, mas que tem essas características e precisa aprender a surfar nessa onda”.

Já Rubens Menin, Chairman da MRV e do Banco Inter, comentou em linha com seu colega de painel e acrescentou que é “preocupado com as altas taxas de juros, mas talvez elas sejam a consequência, e não a causa”. Ele ainda ressaltou a importância da discussão sobre déficit fiscal e consciência tributária. “O momento agora é de muita reflexão, com os juros mais elevados”.

Oportunidades de Investimentos no Brasil

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, era um dos nomes mais esperados do evento. Após pesquisas mostrarem uma queda na popularidade do presidente Lula, o ministro confirmou que o governo não vai adotar nenhuma “medida excepcional” para estimular a economia brasileira e ainda ressaltou que a gestão mostrou compromisso com a responsabilidade fiscal. O chefe da Casa Civil acredita que uma melhor comunicação e queda no preço dos alimentos devem ajudar na popularidade de Lula. “Quando você tem um movimento de preços de alimentos, principalmente, você mexe com a popularidade de qualquer governo e nós precisamos ajustar e dialogar muito com os setores produtivos”.

Sobre a reforma ministerial, o ministro não deu muitos detalhes, mas afirmou que a decisão cabe apenas ao governo e o único que tem as respostas é o presidente.

EUA: Trajetória Econômica e Monetária

O painelista Kevin Warsh, ex-membro do Conselho de Governadores do US Federal Reserve, foi crítico ao que considerou uma nova postura por parte do Fed. Segundo ele, o banco central americano “deveria gastar mais tempo escutando e refletindo”. Ele explicou que antes a autoridade mantinha uma postura mais discreta, mas agora está constantemente na mídia, o que contribui para a volatilidade.

O crescente endividamento americano foi outro ponto de preocupação para Warsh. Ele alertou que essa dinâmica pode comprometer a sustentabilidade econômica a longo prazo, não só nos Estados Unidos como nas economias liberais.

Além disso, ele ainda explicou que a atual dinâmica bilateral americana não significa isolacionismo. Warsh disse que, para o governo dos Estados Unidos, as instituições multilaterais não se mostram mais eficientes. “Não me parece como um fechamento dos EUA, mas acho que é uma nova abordagem para um conjunto de iniciativas”, afirmou. Ainda sobre esse assunto, ele disse que “as instituições como ONU, FMI, Banco Mundial e OMC, se a gente olhar para o século 21, elas não estão mais atendendo às suas finalidades”. “Elas precisam ser reformadas ou os EUA vão encontrar novas maneiras para conseguir resultados interessantes para si”, finalizou.

Experiência Pós-Privatização

Carlos Piani, CEO da Sabesp, Ivan de Souza Monteiro, CEO da Eletrobrás, e Daniel Slaviero, CEO da Copel, falaram sobre as próprias experiências e das empresas sobre os momentos pós-privatização. “Temos uma responsabilidade com o Brasil de mostrar que uma empresa privada e bem gerida gera mais valor para seus clientes, investidores, colaboradores e a sociedade. Isso é um propósito e uma missão nossa”, contou.

Além disso, o executivo da Copel disse que tem como objetivo “atrair e reter os melhores talentos, além de evoluir a cultura da Copel para uma cultura de dono”. Já Monteiro, da Eletrobrás, falou sobre a capacidade que a companhia tem em oferecer soluções de energia e não vender energia.

Fireside Chat: Uber CEO, Dara Khosrowshahi

Finalizando mais uma edição do CEO Conference, o convidado foi o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi. Ele comentou sobre suas expectativas para o futuro da empresa e contou que o crescimento é o que “nos mantém entusiasmados”. “Do nosso ponto de vista, queremos ser a maior empresa de logística local de tempo real do mundo. Ou seja, levar as pessoas e as coisas de um lugar para o outro”, explicou.

O CEO citou o sucesso do Uber Eats, contando que a empresa quer entregar “qualquer coisa até sua casa, como itens de farmácia, remédios, entre outros”. Ele falou como essa estratégia vai ajudar varejistas locais com a concorrência da Amazon e empoderar essas pessoas. “Queremos continuar na área de mobilidade, avançando com a direção autônoma, mas queremos aumentar o escopo na área de delivery, com tudo podendo ser entregue na sua casa”.

O Brasil foi citado como responsável por ter seis das 10 maiores cidades do mundo em termos de viagens. “É um mercado incrível para nós”, disse. Além disso, foi questionado como é a relação da empresa com os órgãos reguladores, a qual ele respondeu como “justa”.

Por fim, ele também falou que acredita que as mudanças que a inteligência artificial vai proporcionar nos próximos cinco anos serão muito significativas, assim como mencionou que a tecnologia para os carros autônomos já está pronta e em funcionamento, mas que há a “oportunidade de fazer os autônomos serem muito mais seguros”.

Este conteúdo é produzido pela PORTOFINO MULTI FAMILY OFFICE e fomenta o diálogo sobre a política e o empresariado brasileiro. A nossa opinião é neutra e não é partidária.

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