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O que você precisa saber:
O motor usado por Ayrton Senna em 1990 será leiloado pela Honda para marcar a estreia da unidade de venda de memorabilia marca.


Há motores que apenas movem carros. E há motores que movem histórias.

A Honda vai leiloar peças originais do motor que impulsionou Ayrton Senna rumo ao seu bicampeonato mundial, durante o Monterey Car Week, na Califórnia. Mas isso vai muito além de um leilão. É imaginar o som cortante daquele motor V10 rasgando as retas, o volante firme nas mãos de um piloto que parecia guiar com a alma. É, de certa forma, poder tocar um pedaço real de uma lenda. Um fragmento físico de uma época em que o talento era mais veloz do que qualquer telemetria, e Senna fazia o impossível parecer rotina.

Esse momento marca também a estreia da unidade de venda de memorabilia da Honda, e não poderia começar com algo mais simbólico: o histórico motor RA100E. A desmontagem foi realizada com precisão quase cerimonial por mecânicos qualificados na fábrica da Honda em Sakura City, no Japão — alguns dos mesmos que, décadas atrás, montaram esses corações mecânicos que hoje fazem parte da história.

E como se não bastasse o peso da memória, cada peça — eixos de comando, tampas, pistões, bielas — foi cuidadosamente preservada e apresentada em caixas de exposição, cada uma acompanhada de um certificado original de autenticidade da HRC (Honda Racing).

mclaren em exposição

Esse motor foi instalado na lendária McLaren-Honda MP4/5B de Ayrton Senna e entrou em ação nos treinos do GP do Japão e na corrida da Austrália, em 1990. No Japão, foi com ele que Senna garantiu a pole position. Foi também nesse circuito que aconteceu um dos momentos mais controversos — e simbólicos — da Fórmula 1: o choque com Alain Prost logo na primeira curva, que selou, ali mesmo, o segundo título mundial do brasileiro.

Dali, Senna, Honda e McLaren seguiram para Adelaide, na Austrália. Lá, esse mesmo motor — o RA100E-V805 — voltou ao carro do brasileiro, desta vez na corrida que encerrou a temporada. Foi o último motor Honda V10 que ele pilotou. E, como se soubesse que seu papel já estava cumprido, foi deixado intacto, sem precisar ser desmontado para estudos, já que a Honda preparava seu novo V12. Desde então, ficou em silêncio, guardado no depósito da marca — até ser redescoberto no ano passado.

Mais do que um leilão, essa é uma chance rara de reviver uma era do automobilismo que está na memória dos fãs de velocidade.  É escutar, mesmo que em silêncio, a trilha sonora das vitórias — a sinfonia de um V10 ecoando por Suzuka, Mônaco e Interlagos. É um convite a mergulhar na era dourada da velocidade, quando Senna, Honda e McLaren formavam uma tríade quase divina. Uma ode à engenharia, à paixão sobre rodas — e ao espírito eterno de um piloto que virou lenda.

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